Amor, Sublime Amor - Crítica

 


Desde criança eu escuto minha mãe falar sobre Amor, Sublime Amor, que ela viu adolescente e que era triste demais, por isso que eu meio que já sabia o final. E apesar de ser um musical – amo! -  a verdade é que eu nunca tinha me interessado muito pelo filme. Quando comecei a assistir One Day At A Time conheci a Rita Moreno e me apaixonei. Fiquei sabendo que ela ganhou Oscar pelo filme, mas ainda assim não assisti. Quando o remake da produção de 1961, dessa vez dirigida por Steven Spielberg, foi anunciado decidi que havia chegado a hora. Só demorei um pouco porque precisei esperar entrar na Disney+ (Gente, eu tenho gêmeos de 1 ano, nem sei mais o que é cinema!), mas agora conheci finalmente a história baseada no musical da Broadway de 1957 e que concorreu ao Oscar de Melhor Filme em 2022.




Amor, Sublime Amor – West Side Story


Numa NY em expansão nos anos 1950 e cheia de imigrantes, duas gangues o bairro de Upper West Side brigam para dominar o território. Os Jets são estadunidenses brancos, mas de classes pouco favorecidas, e os Sharks, descendentes e/ou porto-riquenhos. A rivalidade é antiga e forte e divide a região. Maria (Rachel Zegler) é irmã de um dos líderes dos Sharks e acaba de chegar à cidade. Quando em uma festa a jovem se apaixona por Tony (Ansel Elgort), líder dos Jets, o romance está fadado ao fracasso, já que nenhum dos lados aceita o relacionamento. Com uma espécie de releitura Romeu e Julieta, Amor, Sublime Amor conta essa história de amor proibido.


E, sendo bem sincera, foi o que me incomodou no filme: A história de amor. Ela, definitivamente, não me convenceu. Eu sei que é para parecer tudo muito romântico e tudo o mais, mas pareceu forçado e irreal. Não, em menos de 24 horas você não conhece a pessoa faz juras de amor, fala que vai casar e até faz uns votos não formais e vive um amor TÃO intenso – e até meio burro. Além disso, o casal não teve muita química. O relacionamento de Anita (Ariana DeBose) e Bernardo (David Alvarez) foi extremamente mais interessante. Aliás, o casal secundário é muito mais interessante como um todo, tanto nas duas vezes quem levou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante foram as atrizes que viveram Anita, Rita Moreno e Ariana DeBose.




Atualização


Um dos pontos principais de Amor, Sublime Amor foi a sua atualização. Diferente do original, Spielberg escolheu um elenco realmente latino para os porto-riquenhos, assim como grande parte do filme é falada em espanhol – e o diretor se recusou a colocar legendas. Para se ter uma ideia, no original quase ninguém do elenco era realmente latino e até mesmo usaram maquiagem para escurecer a pele de atrizes, como foi o caso de Rita Moreno e outros atores.


Além disso, a inclusão de um personagem trans também foi uma maneira de atualizar a história, ainda que respeitando o original. Enquanto em 1961 uma menina queria fazer parte dos Jets, agora temos Anybodys (Iris Menas), um homem trans.




Musical


Sempre que eu assisto um musical, principalmente Mamma Mia! – eu penso que gostaria de morar em um. E aqui não foi diferente. A sequência de America é estupenda! Ariana DeBose realmente faz um trabalho espetacular e dá vontade de cantar junto. Algumas outras músicas também são empolgantes e divertidas, como Gee, Officer Krupke, I Feel Prety, Cool e A Boy Like That, enquanto outras são mais lentas e com estilo de ópera. Esse foi o primeiro musical dirigido por Spielberg, que afirmou que sonhava fazer essa adaptação desde criança.


E nem temos o que falar da direção. Steven Spielberg sempre é excelente no que faz e nos traz filmes interessantes e muitíssimo bem-produzidos. Imagem, coreografia, som, figurino, design de produção, tudo é de altíssima qualidade.




Elenco


Ariana DeBose dispensa comentários. Sua Anita é maravilhosa e mereceu o Oscar. Rachel Zegler fez sua estreia no cinema e é muito boa no que faz (ainda que a personagem seja bem bobinha). Ela foi tão bem que já foi escalada para ser a Branca de Neve no novo live-action da Disney. Ansel Elgort é bom e carismático. Mas David Alvarez ganha muito mais nosso carinho do que Ansel, não dá para negar. Menção honrosa para Rita Moreno, que tem um papel bastante importante no filme, como uma espécie de bem-feitora de Tony. Valentina, sua personagem, de certa forma transita entre os dois mundos, acolhendo a todos.


O discurso de Rita Moreno quando Anita sofre uma tentativa de estupro por parte dos Jets mostra que mais do que um romance, Amor, Sublime Amor é uma história sobre a perpetuação do ódio, de como ciclos de violência podem ser sem fim se ninguém der um basta.


É um bom filme, ainda que não meu musical preferido, mas muito bom. Recomendo.


Teca Machado





5 comentários:

  1. Oie, não sabia do filme e nem sempre os novos fazem jus aos antigos. Mas espero conhecer um dia.

    Bjs

    Imersão Literária

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  2. Teca, eu estou ansiosa para assistir esse filme (mesmo com as ressalvas). E o diretor era um dos favoritos do meu pai, então acho que vale embarcar também por conta disso (sempre vejo coisas que lembram o meu pai). E legal que eles atualizaram a história! Disney sempre arrasa! ♥ Ah! E os gêmeos estão lindos!! :)

    Beijos, Carol
    www.pequenajornalista.com

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  3. Nossa que artigo fantástico, por isso que estou quase todos os dias visitando e lendo seus artigos. Sempre tem conteúdos interessantes e de qualidade.

    Beijos !!

    Meu Blog: Sandoca Lemos

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  4. Quero muito ver. A qualidade de Steven Spielberg é ótima.

    Boa semana!

    O JOVEM JORNALISTA está de volta com muitos posts e novidades! Não deixe de conferir!

    Jovem Jornalista
    Instagram

    Até mais, Emerson Garcia

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  5. Teca, Ameiii a indicação!
    Amo filmes do generooo! Já querooo assistir!
    Beijinhos
    Taty
    https://www.conclusoesliterarias.com.br/

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