Pam & Tommy – Crítica


Sexo, drogas e rock and roll. 


Essa é uma boa maneira de descrever a série Pam & Tommy, produzida pela Hulu e que no Brasil está disponível pela Star+. A produção foi baseada em fatos reais e teve como base um artigo da Rolling Stone. Ela é um recorte de cerca de três anos da vida da atriz Pamela Anderson e do músico Tommy Lee. Eles foram as primeiras celebridades a terem uma sex tape vazada para o público e viralizaram – isso nos anos 1990, quando a internet ainda estava apenas no começo e era mais do que hoje uma terra de ninguém.



Com oito episódios com cerca de uma hora cada, Pam & Tommy nos leva de volta aos anos 1990.


Pam & Tommy


Pamela Anderson (Lily James) foi um dos maiores símbolos sexuais dos anos da última década do século XX. Atriz da série Baywatch e modelo queridinha da Playboy (onde foi recorde de vendas), ela era amada e desejada. Tommy Lee (Sebastian Stan), rock star e baterista da banda Mötley Crüe, a viu numa boate e ficou completamente apaixonado. E foi recíproco: Em apenas 4 dias eles se casaram numa cerimônia na praia, no México. E nessa relação altamente ardente, intensa, tóxica e cheia de altos e baixos, eles gravaram uma fita íntima, que ficava guardada num cofre. 


Randy Galthier (Seth Rogen) era um marceneiro que fazia uma reforma na casa de Tommy, mas insatisfeito com o trabalho, o músico demite Galthier, não paga o trabalho e até o impede de pegar suas ferramentas. Indignado, o marceneiro certa noite rouba o cofre e além de dinheiro, joias e armas encontra algo muito maior: A sex tape do casal. Assim decide se vingar de Tommy.






Elenco e personagens


Enquanto Tommy Lee foi consultor da série, Pamela Anderson decidiu ficar de fora, por dizer que não gostaria de reviver o pior momento da sua vida – e inclusive disse que não assistiu e nem irá assistir a produção. Talvez seja por isso que o roteiro tentou suavizar a personagem e não deu a ela as camadas e profundidade que encontramos em Tommy Lee e em Randy Galthier. Enquanto Pamela é quase angelical – mesmo com todo sex appeal – Tommy e Randy são personagens mais profundos e interessantes.


Lily James faz um trabalho fantástico como Pamela Anderson, mas Sebastian Stan está simplesmente incrível. O roteiro construiu muito bem o personagem, o que ajuda, mas o ator se jogou na cabeça na maluquice, excentricidade, doçura e mesmo agressividade e maldade de Tommy. Ele parece se divertir muito no personagem. Ao mesmo tempo que odiamos Tommy, afinal, convenhamos, ele é um babaca, também o adoramos e mesmo a contragosto ficamos shippando o casal principal, porque a química e amor deles é inegável, ainda que nada saudável.




A caracterização é perfeita, assim como todo design de produção, com figurino, trilha sonora, cenário e muito mais. É exagerada sem ser caricata, mas com aquela cafonice característica da década.


História de amor?


Mais do que a história de amor entre Pam e Tommy, a série mostra o lado cruel das pessoas, da Justiça (“Por que deveríamos proibir a fita de circular se tudo o que está lá já foi visto antes?”, falam para Anderson a certa altura quando ela queria impedir que a fita fosse comercializada), o machismo escancarado (enquanto Tommy é exaltado pelo tamanho do seu “documento” e pela sua performance, Pamela é humilhada, taxada de vagabunda). 


A série critica a mídia, a exploração da vida íntima de celebridades, a dor de Pamela, mas o questionamento que fica é: Não estaria fazendo o mesmo ao recontar essa história?


Sebastian Stan e Lily James recriam foto de Tommy Lee e Pamela Anderson


Pam & Tommy é extravagante, perto do nonsense (e por incrível que pareça, pelas pesquisas que fiz, é extremamente próxima da realidade em quase tudo), muitíssimo bem produzida, interessante e com um elenco de primeira. É difícil pensar que aquele cara de sunguinha fio dental de onça e tatuado é o Soldado Invernal e a sex appeal e curvilínea é a Cinderela. Esse é o poder do audiovisual.


Recomendo muito.


Teca Machado


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