Black Bird - Crítica


Você aceitaria ser enviado como infiltrado para uma prisão de segurança máxima para conseguir uma confissão de um possível serial killer? E se o preço disso fosse a sua liberdade? 


James Keene aceitou essa oferta e é isso que vemos em Black Bird, mais uma excelente produção da Apple TV+, streaming que, para mim, é o melhor em conteúdo que temos hoje.



Black Bird


Baseada na história real de Keene, em Black Bird acompanhamos James, mais conhecido como Jimmy (Taron Egerton). Preso por tráfico de drogas e posse de armas pesadas, ele recebe uma sentença de 10 anos de prisão. Mas o FIB, personificado pela agente Lauren McCauley (Sepideh Moafi), entra em contato e lhe faz uma proposta: Se ele aceitar ir para uma prisão de segurança máxima e conseguir a confissão de um dos prisioneiros, sua sentença será anulada. O preso em questão é Larry Hall (Paul Walter Hauser), condenado por um assassinato, mas prestes a conseguir liberdade condicional por faltas de evidências concretas. Lauren e o detetive Brian Miller (Greg Kinnear) têm certeza de que Hall é um serial killer de adolescentes do Meio-Oeste e esperam que Jimmy consiga a confissão para que ele não seja solto.



True Crime


Histórias de true crime são as queridinhas do momento. Por mais estranho que isso pareça, o ser humano sempre se interessou por narrativas criminais, de assassinatos, de seriais killer. Se forem reais, melhor ainda.  Por isso vemos por aí tantas produções baseadas em crimes que aconteceram. E eu estava ansiosíssima para assistir Black Bird desde que vi o trailer. E não me decepcionei. 


Black Bird não é uma série cheia de ação ou reviravoltas, mas te prende do início ao fim. Com atuações magníficas e um roteiro muito bem amarrado, coeso e no ritmo certo, é um thriller policial no seu auge. As conversas de Kimmy e Hall são estupendas, do tipo que te deixam sem fôlego, com medo de piscar e perder algo. 




Geralmente produções policiais jogam pistas falsas para enganar os espectador com reviravoltas sensacionais. Black Bird não faz uso desse recurso. Tudo está ali por um motivo e por isso ela não se arrasta. Temos seis episódios de uma hora enxutos e que usam com sabedoria o seu tempo. O roteiro não quer levar o espectador por nenhum caminho que não seja aquele que ele se dispôs desde o início.


Personagens e elenco 


Taron Egerton (lindíssimo e malhadíssimo, diga-se de passagem) e Paul Walter Hauser merecem todos os elogios possíveis. Vemos Jimmy passando de arrogante e confiante a um homem sendo destruído pouco a pouco dentro daquelas paredes cheias de insanidade. E Hall tem um olhar, uma voz, um jeito de se postar que é, realmente, amedrontador. Não há nada que o destaque das outras pessoas, é só um cara muito esquisito aparentemente inofensivo, mas é isso que o deixa extremamente assustador.


Ambos os personagens são bem construídos, com o quebra-cabeça de suas vidas pré-cadeia sendo montado aos poucos. E temos a construção de algumas das vítimas, que no quinto episódio ganham destaque e são mostradas de uma forma feliz, o que nos dá um soco no estômago e deixa um gosto amargo na boa.




Black Bird é produzida pelo próprio James Keene e criada e roteirizada por Dennis Lehane, com base no livro de Kenne In with the Devil: A Fallen Hero, a Serial Killer, and a Dangerous Bargain for Redemption (Com o diabo: um herói caído, um serial killer e uma pechincha perigosa para redenção), publicado em 2011.


Recomendo demais, principalmente para aqueles que gostam de suspense policial, boas atuações, uma história interessante e enredos baseados em fatos reais.


Teca Machado


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