Everything Sucks!: Crítica


De carona com séries que trazem a nostalgia, como Stranger Things, a Netflix lançou Everything Sucks!, que se passa nos anos 1990. Ainda mais que eu fui uma criança nessa época (#oldfellings), foi bem bacana encontrar referências, como músicas, artistas, roupas e modo de falar. Ao contrário da sua predecessora de altíssimo sucesso, a série não é fantasiosa. Pelo contrário. É mais um roteiro que se passa no ensino médio americano e traz adolescentes aprendendo o que é crescer e se descobrindo. Mas, ainda que por alguns momentos caia no clichê, tem reviravoltas inesperadas e um roteiro inteligente, ainda que por vezes mal trabalhado em alguns personagens.


Everything Sucks! se passa na cidade fictícia de Boring (Entendiante, em tradução) e tem como protagonista Luke (Jahi Di’Allo Winston), um calouro que junto a mais dois amigos, Tyler (Quinn Liebling) e McQuaid (Rio Mangini), estão longe de serem populares, mas que sabem qual é o seu espaço: No Clube de Audiovisual. Luke se apaixona por Kate (Peyton Kennedy), filha do diretor, um pouco reclusa nas interações sociais, também integrante do clube. Quando uma rixa entre eles e o Clube de Teatro ameaça a existência dos meninos no ensino médio, Luke tem a ideia de apaziguar tudo ao fazer o primeiro filme da escola, estrelando os atores do teatro. E é nesse meio do caminho que amizade, sexualidade, amadurecimento e muito mais é inserido.

Ninguém pode negar que Jahi Di’Allo Winston é o carisma em pessoa. Podemos dizer que se a escalação fosse outra, Everything Sucks! perderia muito do que é hoje. Mesmo nos seus momentos mais egoístas – que acontecem, acredite! – Luke ainda é encantador e perdoamos os seus acessos de estrelismo. Seu competência como ator é um tanto limitada, mas a gente releva. Já a personagem de Peyton Kennedy é um gosto mais adquirido. Não gostamos dela logo de cara. Na verdade, assim que terminaram os episódios da primeira temporada eu ainda não caia de amores por ela, mas entendi um pouco mais sobre o motivo de ser tão apática com o pai e incompreensiva com Luke. O resto da gangue do Clube de Audiovisual me pareceu um tanto forçado. McQuaid foi caricato demais, irreal ao extremo, ainda que tenha melhorado nos últimos episódios. E Tyler foi uma claríssima tentativa de criar um novo Dustin, de Stranger Things (sendo que nunca haverá outro Dustin), só que mais desbocado e mais burro.




O arco de Emaline (Sydney Sweeney) é interessante e foi um dos que mais ganharam espaço nos episódios. Uma atriz muito popular na redoma do ensino médio, que sempre foi o que achou que os outros gostariam que ela fosse, foi se mostrando uma garota muito mais profunda e frágil do que esperávamos. Também é gostoso de acompanhar Sherry (Claudine Mboligikpelani Nako), mãe de Luke, e Ken (Patch Darragh), pai de Kate, num flerte e início de namoro de dois adultos que se encontraram após tragédias e decepções. Ken é tão bobo que é fofo e entendo porque Sherry gostou dele.

Um dos maiores acertos de Everything Sucks! é a forma como tratou a homossexualidade. Foi sensível, delicado, ainda mais por ser na década de 1990, quando o assunto era um tanto tabu e tratado como doença, principalmente depois do medo que os anos 1980 geraram quando a AIDS entrou em cena e era tida como algo que apenas gays tinham. O roteiro não força a barra nesse assunto e nem tenta transformar a série uma uma bandeira do LGBT, mas fala de forma natural e orgânica.




A trilha sonora, recheada de sucessos dos anos 1990, como Lovefool, Wonderwall, The Cranberries e muitos mais, ainda que óbvia para a década, é muito boa e tem um papel importante na trama. A ambientação também foi muito bem feita, principalmente os aparelhos tecnológicos da época e o figurino. Emaline é quem mais incorpora o espírito da década com suas roupas.

Everything Sucks! tem momentos muito inspirados, como quando Luke cria sua versão para o clipe Wonderwall do Oasis ou quando Kate e ele se encontram na ponte para que ela conte sua história, mas alguns são apenas medianos. A série não chega a ser ótima, mas também está longe de ser ruim. Não será um fenômeno como Stranger Things, mas é gostosinha de assistir, um ótimo passatempo, ainda mais porque são apenas 10 episódios de apenas 20 minutos nessa primeira temporada.

Recomendo.

Teca Machado

8 comentários:

  1. ah achei bem gostosa e nostalgica, principalmente a trilha, oasis e alanis foram demais pra mim! melhor ainda que os episodios sao rapidinhos né, legal sua indicação

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  2. Hey!
    Eu geralmente não curto muito séries com personagens mais novos.. Então não sei..
    Parece meio inspirado em O Clube dos Cinco também.. Mas posso estar errada hahaha

    beeeeijos
    www.ooutroladodaraposa.com.br

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    1. Eu nunca vi O Clube dos Cinco, acredita?
      Hahahaha.
      Mas é fofo, gostei.

      Beijooos

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  3. Oi! Eu comecei a ver a série, porque adoro esse clima de nostalgia e cultura dos 90's, porém confesso que logo nos primeiros minutos me senti meio entediada, talvez tenha sido o dia que não estava favorável para uma nova série kkkk Os Delírios Literários de Lex

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  4. Nossa assitir a série e amei nas eh uma pena q foi cancelada
    (Sou uma adolescente então nn tive essa nostalgia toda)

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    1. Que bom que gostou.
      Foi uma pena mesmo o cancelamento, né?

      Beijooos

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