Motivos para ler O Conde de Monte Cristo


Ontem escutei o episódio sobre vingança na literatura do podcast 30:MIN (para ouvir é só vir aqui, TÁ ÓTIMO!) e, é lógico, que muito foi falado sobre um dos maiores livros sobre o tema, que é O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas.


Assim que comecei a me interessar por literatura e sair dos livros de figura e de criança, meu pai me presenteou com uma edição desse clássico e disse que era um dos seus preferidos. Bom, e se tornou um dos meus também. Li lá por volta de 2001, 2002, e a obra ainda é dos meus xodós, mesmo tendo lido centenas de livros depois dela.


O enredo acompanha Edmond Dantès, um homem bom, trabalhador e justo que por conta de inveja de um dos seus melhores amigos e outros comparsas é acusado de um crime que não cometeu. Na prisão fica amigo de um padre que o ensina tudo o que sabe e o ajuda a fugir da prisão, além de lhe contar onde fica um tesouro escondido. Então, riquíssimo, com outra identidade e uma sede de vingança insaciável, Dantès volta a França para acabar com todos aqueles que lhe arruinaram anos antes.


Essa edição da Zahar é lindaaaa!


Aí você me pergunta: Por que ler O Conde de Monte Cristo?


São vários os motivos, mas trago uma lista com 5 deles:


1- Vingança pura e simples numa história genial


Esse item é para quem gosta de ver o caos e de histórias inteligentes, com reviravoltas e tramas interessantes! Sim, apesar de o protagonista ser bonzinho, ele se deu muito mal devido a outras pessoas, então quando volta sendo o gostosão, quer se vingar de todo mundo. E faz isso de uma maneira elegante e inteligente, sem dó ou piedade. Então se você é fã de enredos vingativos, no melhor estilo fogo no parquinho, O Conde de Monte Cristo é para você.


2- Base de muitas histórias que conhecemos


Esse livro é tão bom, mas tão bom, que se tornou fonte para várias histórias se basearem. Alguns exemplos: Avenida Brasil, Revenge, O Outro Lado do Paraíso e muitas mais.


3- Com base na realidade


Dizem que a história é baseada no caso de Pierre Picaud. Com ciúmes de seu namoro prestes a virar casamento com uma proeminente jovem da cidade, os amigos de Pierre enviam cartas de trotes ao comissário como se fosse ele. Então, Picaud é preso e levado para uma prisão distante, onde é mantido sob um nome falso e sem acusações específicas. Durante sua estada de sete anos na dura prisão-fortaleza de Fenestrelle, ele se tornou fraco, amargo e delirante em seu amor. Mas também estava na prisão um homem que compartilhava um vasto conhecimento com Pierre, um padre chamado Torre, que eventualmente lhe deu sua fortuna também. Por causa disso, quando foi solto Pierre é capaz de reingressar na sociedade com uma única obsessão: "a vingança contra aqueles que eram culpados de mandá-lo para aquela morte em vida". A história foi contada por meio de registros policiais e compilada pelo famoso arquivista francês Monsieur Peuchet.


Jim Caviezel como Edmond Dantès no filme de 2002


4- Personagens


Os personagens são muito bem construídos, principalmente Edmond, que depois se torna o Conde. E na história ninguém é só bom ou ruim (mas tem uns que são bem ruins mesmo, não nego). Todos têm os dois lados da moeda, mesmo o protagonista. Tudo bem que ele tem motivos, mas muitas vezes mergulha tão profundamente na vingança perde toda razão.


5- Filme


Em 2002 o diretor Kevin Reynolds lançou uma adaptação da obra de Dumas. Ela é bem fiel ao original e é um filme extremamente interessante e com ótima atuação. Jim Caviezel vive Dantès, Guy Pierce é Fernand, seu amigo invejoso e temos até um Henry Cavill super novinho (e estonteantemente lindo!).


***


Ok, O Conde de Monte Cristo conta com 1200 páginas, mas eu juro que valem a pena. Se não quiser ler tudo isso, existem versões pockets, que foi a que li na adolescência.


 

Edição completa/ Edição pocket


Recomendo demais que você vá conhecer a saga de Edmond Dantès.


Teca Machado


4 comentários:

  1. Um dos meus livros favoritos junto com os Irmãos karamazov, Guerra e paz, Mestre e margarida, Crime e castigo, Notas do subsolo, Os demônios (Dostoievski), O idiota.
    Alexandre Duma também se utilizou do Vicocq e de seu pai para construir o personagem Edmond dantes

    Eu poderia dizer que não é pq Edmond pretendia se casar com Mercedes, que ela seria o grande amor de sua vida. Ele só se casaria com ela pq não conhecia Haydeee. Como aconteceu no filme soviético O Prisioneiro do castelo de If ( Узник замка Иф)/ O Conde de Monte Cristo de 1988. O diretor do filme, Georgi Yungvald-Khilkevich era casado quando conheceu Nadira Mirzaeva que era da Ásia central e interpretaria Haydee. Ele se apaixonou por ela, apesar de ser casado, vendo nela o grande amor de sua vida e se casaram.

    O relacionamento entre Edmond Dantes e Mercedes estava fadado ao fracasso, assim como o relacionamento entre Alexander Solzhenitsyn que escreveu Arquipélago gulag e Natalya Reshetovskaya. O novo começo de Edmond Dantes foi com Haydee, assim como Aleksandr Solzhenitsyn com Natalia Svetlova.

    O Conde por uma séria transformação psicológica durante sua prisão, sendo uma pessoa completamente diferente quando foram libertados da prisão. Tornaram-se uma pessoa diferente, com uma nova visão de mundo, além de toda uma transformação que impedia a renovação de relacionamentos antigos e normais, todos os traumas do passado dificultavam o sua convivência social. Para uma pessoa com um passado traumático, isso tornaria impossível renovar completamente o antigo relacionamento. Eles não poderiam ter uma convivência harmoniosa.

    Svetlova, cuja família foi perseguida por Stalin, ela desenvolveu uma visão de mundo semelhante, compartilhou um passado semelhante, o que a tornou uma pessoa que poderia entender Solzhenitsyn.

    Nastasya Filippovna personagem do livro O idiota, por ser uma mulher traumatizada pelo passado e ofendida, por isso é difícil construir um relacionamento forte com ela. Apesar do fato de que o príncipe Myshkin era altruísta e compassivo, ele não poderia salvá-la, porque ele não poderia compartilhar tal sofrimento. O conde precisava de Hyde porque ela tinha um passado comum e o mesmo objetivo, a vingança, ela o compreenderia melhor e ofereceria um apoio emocional que Mercedes nunca poderia oferecer. Porque ela não tinha o mesmo passado e não conseguia entender o conde, como acontecia com Haydee, porque os dois eram iguais.

    O filme de 2002 é muito fraco em explorar o psicológico do Edmond e superestimou a força do poder do amor de Mercedes, se esquecendo que o conde é um homem diferente e não é só amor que torna possível que ela chegue em seu coração.

    Fora que as vinganças foram mal escritas.

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  2. Sem dúvida, um dos meus favoritos. Li na minha adolescência e já vi umas 2 ou 3 versões de filmes.
    Sensacional!!!!

    Rogério Machado

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  3. Oie
    Eu li " O conde do Monte Cristo", mas foi uma versão resumida ,preciso ler o texto original. Não sabia que ele era inspirado em uma história real, achei muito interessante!

    Beijo

    https://mundinhoquaseperfeito.blogspot.com

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  4. Oie, nunca cheguei a ler, mas espero ter a oportunidade um dia. Os motivos com certeza me deixaram com vontade de conhecer.

    Bjs

    Imersão Literária

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