Station Eleven - Crítica


Uma gripe misteriosa começou a matar a população do planeta.


Real ou ficção?


No caso atual as duas coisa.


Mas esse post não é para falar sobre Covid-19 e sim de Station Eleven, minissérie da HBO, baseada no livro homônimo de Emily St. John Mandel, publicado por aqui pela Editora Intrínseca.



A série pós-apocalíptica ganhou o público logo nos primeiros episódios e conseguiu uma aprovação de 97% no Rotten Tomatoes. Seus 10 episódios, com cerca de 45 minutos cada, estão disponíveis na HBO Max. E pode ler sem medo que não tem spoilers por aqui.


Station Eleven


O ator Arthur Leander (Gael García Bernal) sofre um ataque cardíaco durante a estreia de sua peça de Shakespeare. Depois que a confusão acontece, as pessoas começam a se encaminhar para casa. Jeevan (Himesh Patel) estava na plateia e percebe que Kirsten (Matilda Lawler), uma atriz do espetáculo de apenas 12 anos está sozinha e se oferece a levá-la para casa. Mas uma gripe desconhecida extremamente letal (que mata 999 pessoas a cada mil que a contraem) começa a tomar conta de Chicago – e do mundo. Ao não encontrar os pais de Kirsten, ele segue com a garota até a casa do seu irmão Frank (Nabhaan Rizwan) e os três começam uma quarentena juntos enquanto o mundo cai aos pedaços.


Cruzando a história de Kirsten, Jeevan e Frank com outros núcleos de personagens tanto no passado quanto no futuro pós-apocalíptico 20 anos a frente, Station Eleven conta como o as pessoas seguiram em frente – ou pelo menos tentaram – depois da tragédia.




Essa não é uma série sobre pandemia


Apesar de ser o que parece no início, principalmente no primeiro episódio, Station Eleven não é sobre pandemia. O enredo é sobre o ser humano, sobre o psicológico, sobre como atuar em meio as adversidades, sobre decisões difíceis e, principalmente, sobre artes. Sim, por incrível que pareça a arte tem um papel importantíssimo aqui, sendo Hamlet quase um personagem.


Se você gosta de produções agitadas e cheias de ação, Station Eleven pode não ser para você. Ela é a melhor definição de “slow burn”, que é a “queima lenta”, “cozimento lento”. Ela vai criando seu enredo e construindo seus arcos dramáticos devagar e de forma metódica. Ela mostra um pouquinho de cada vez e um vislumbre do que aconteceu a cada personagem até que nos finais as peças são encaixadas e o espectador consegue entender por que são e agem de determinada forma. Kirsten – criança e adulta – é a protagonista e tem vários episódios centrados nela, mas a série preza por contar a história de muita gente, tudo isso de forma coesa, sem atropelamento. E cada uma dessas pessoas tem uma finalidade. Ninguém está lá por acaso e é maravilhoso ver essas pontas sendo amarradas pouco a pouco.




Elenco


Em uma série em que as relações humanas e a arte são tão importantes, nada mais natural do que um elenco competente escolhido a dedo. Apesar da Kirsten adulta ser um saco – sério! -, Mackenzie Davis faz um excelente trabalho. E Matilda Lawler é uma estrela em ascensão como a protagonista jovem. Himesh Patel, Nabhaan Rizwan, Gael García Bernal, David Wilmot, Daniel Zovatto, Danielle Deadwyler, todos eles são excelentes e levam Station Eleven a um outro nível.


O ponto negativo é que alguns episódios têm uma pegada muito “doida”, se descolando da realidade, principalmente quando se fala da Estação Onze em si, mas isso não diminui nem um pouco a grandiosidade desse enredo e de como a série é boa.


Curiosidade: A série começou a ser filmada em janeiro de 2020 e quando já tinha 1/5 pronto teve que ser adiada por causa da Covid-19. Quando a situação se acalmou, em fevereiro de 2021, as filmagens voltaram a acontecer. Por isso Kirsten realmente parece muito criança no começo e mais adolescente episódios depois – o que incrivelmente é o que também acontece na série. Então, uma série sobre o antes, o durante e o depois de uma pandemia foi gravada antes e durante a mesma. Só esperamos agora que o “depois” já tenha começado, né?




Recomendo.


Teca Machado

Um comentário:

  1. Nossa, essa parece ser uma série interessante mesmo. E achei curioso o tema, ainda mais por ter começado a ser filmada pouco antes da pandemia estourar... e era um assunto parecido, haha.
    Mas gostei e gostaria de dar uma chance a ela um dia.
    Bjks!

    Mundinho da Hanna
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