Tetris - Filme - Crítica


Os jogos de hoje podem ser empolgantes, com gráficos espetaculares e enredos criativos, mas os jogos clássicos têm o seu lugar no nosso coração. É o caso de Tetris. Você com certeza já jogou pelo menos algumas vezes na vida. Mas você sabe a história por trás da popularização dele? Sabe que envolveu a KGB, subornos, disputa de poder e muito mais? 


Baseado na história real do jogo o filme Tetris, do diretor Jon S. Baird, com Taron Egerton, está disponível na Apple TV+ desde semana passada.



Tetris


Nos anos 1980, Henk Rogers (Taron Egerton), um designer de games e empresário do ramo, conhece Tetris numa feira e fica fascinado. Ele tem certeza de o jogo tem tudo para ser sucesso instantâneo e ganhar o mundo, por isso decide correr atrás dos direitos de representação. Mas ele não é o único. O grupo de mídia Daily Mirror também está nessa disputa. 


O problema é que esse não é um jogo inventado por uma pessoa comum. Alexey Pajitnov (Nikita Efremov), o criador, vive na URSS nos anos finais da Guerra Fria e não tem direito sobre sua própria criação. Rogers e outros começam negociações extremamente burocráticas, tensas e perigosas com o governo russo, que envolve a KGB, políticos corruptos e até mesmo Mikhail Gorbatchov.





Na verdade, Tetris não é um filme sobre a invenção do game, e sim sobre a sua popularização. A criação não tem muito destaque, ainda que o seu criador tenha bastante tempo em tela. O protagonista, junto com o jogo em si, é Rogers.


Comunismo x Capitalismo


Mais uma vez, temos um conteúdo original Apple TV+ de alta qualidade. Enredo interessante, elenco afiado (sim, eu sou muito fã do Taron Egerton e acho ele incrível em qualquer papel!), direção ágil (que faz com que você nem perceba que duas horas se passaram), ambientação muitíssimo bem pensada, uns clichês aqui e umas frases de efeito ali e exagero em alguns sentidos tornam Tetris um filme muito interessante, com bastante entretenimento e que nos faz conhecer mais sobre algo que sempre esteve presente na nossa vida.




Tetris é didático, sem esmiuçar demais os trâmites burocráticos, é eletrizante e faz uma obra sobre um tema tão maçante ser interessante. E é claro que estamos falando de Hollywood, então é o bem contra o mal, os capitalistas contra os comunistas, os globalizados (porque só assim para descrever Rogers: Holandês, criado em NY, fez faculdade no Havaí, conheceu a esposa e mora com ela no Japão) contra os enclausurados pela Cortina de Ferro. Temos aqui o velho estereótipo da cinza, feia e malvada União Soviética. Mas há um contraponto: O capitalismo também é feio. Não na figura de Rogers, mas no dos donos do Daily Mirror.


Tetris não é filme para concorrer ao Oscar e a outros prêmios (e nem tenta ser), mas é de alta qualidade e vale cada um dos 118 minutos que tem.


Recomendo muito.


Teca Machado



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