Amigas Para Sempre - Série - Crítica

 Certa vez briguei com uma das minhas melhores amigas. Fiquei mais triste e arrasada do que quando brigava com namorados (e olha que eu sempre fui super dramática na adolescência, do tipo “vou morrer porque ele não gosta de mim”). Acho que naquele momento percebi que namorados vêm e vão, amizades de verdade são para sempre. E essa é mesmo, já é metade da vida de cumplicidade e ela é minha irmã de alma (Beijo, Rê!). E uma amizade assim profunda é o tema principal de Amigas Para Sempre, série disponível na Netflix desde o mês passado baseada no livro de mesmo nome da Kristin Hannah, publicado pela Editora Arqueiro em 2008.





Apesar de já ter lido o livro, confesso que não lembrava muito, pois foi há sete anos. Recordava do principal, do tema, das personagens, dos pontos centrais da história, do quanto eu detestei a Tully e achei a Kate uma monga. Então, de certo modo, assistir a série foi quase como sobre uma obra nova, até porque pelo que pude ver o roteiro mudou bastante coisa do original, inclusive o final, que imagino vão puxar para uma nova temporada. Se quiser ler a resenha do livro, é só clicar aqui


Amigas Para Sempre


Tully (Katherine Heigl) e Kate (Sarah Chalke) são amigas desde a adolescência. Amigas não: almas gêmeas. As pessoas geralmente usam essa expressão para relacionamentos românticos, mas os de amizade também se encaixam nesse conceito. As garotas são extremos opostos: Kate é a nerd, introvertida e insegura e nasceu numa família estruturada e aparentemente feliz. Já Tully é um furacão. Desde nova é uma estrela em ascensão, emoções a flor da pele, extrovertida ao extremo, mas ao mesmo tempo infeliz, além de ser filha de uma mãe viciada em drogas que nem ao menos parece perceber a presença da garota em sua vida. Apesar de tantas diferenças as meninas se completam. 





Enquanto Tully se tornou famosa, uma entrevistadora conhecida, rica e bem-sucedida, mas muito sozinha, Kate abandonou a carreira, se casou, teve uma filha e agora, ao passar por um divórcio, tenta reentrar no mercado de trabalho. É engraçado perceber como ambas são tristes e felizes ao mesmo tempo, invejando a vida da amiga sem saber os percalços. Elas se projetam uma na outra e vivem uma amizade profunda ao mesmo tempo que um tanto problemática, a meu ver, e numa relação total de codependência.


Enredo


Assim como no livro, passamos a acompanhar várias décadas das suas vidas. A vida no ensino médio, na faculdade, no início da vida adulta, quando já estão estabelecidas. A série passa nos anos 1970, no anos 80 e começo do novo milênio. O enredo é não-linear (algo já feito com muita maestria pela sensacional This Is Us), mostra acontecimentos passados, futuros, tudo ao mesmo tempo para construir uma narrativa que tenta colocar plot twists.


Amigas Para Sempre, além de falar sobre amizade, trata de temas importantes, como abuso sexual, maturidade, divórcio, relacionamentos amorosos, entre pais e filhos, escolha entre carreira e filhos e muito mais. O foco da série não é o público adolescente, como muitas produções da Netflix, mas uma faixa etária mais alta, com mulheres entre 30 e 45 anos.




A série é boa, assim como o roteiro, mas não é excelente. Foram 10 episódios com 50 minutos cada nessa primeira temporada, o que muitas vezes me deu a sensação de enrolação. Mas isso não é “mérito” da série, porque eu lembro que tive essa mesma sensação com o livro. Se você ler minha resenha aqui, vai ver que expliquei se tratar muito de uma história “comum” e que sai do nada e vai para o lugar nenhum. É uma trama legal, com uma mensagem bonita, mas que não empolga tanto.


Elenco


Heigl e Chalke estão muito bem, principalmente quando vivem as personagens já na fase dos 40 anos. E vale muito destaque para Ali Skovbye e Roan Curtis, que interpretam Tully e Kate na adolescência. As garotas souberam dar vida aos mesmos trejeitos e expressões das mulheres mais velhas e trazer muito mais emoção aos acontecimentos pelos quais passam. Há ainda Ben Lawson, que vive Johnny, marido de Kate e amigo das garotas desde a juventude. No livro seu personagem vive um triângulo amoroso muito mais trabalhado do que na série, o que achei que foi até melhor.




Amigas Para Sempre vale a pena, principalmente se você assistir sabendo que a série é boa, mas não a melhor produção do mundo. Tem uma bonita história de amizade e relacionamentos, intactos e quebrados. A Netflix ainda não anunciou uma segunda temporada, mas especula-se que ela vai acontecer.


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O livro no qual a série foi inspirada tem uma continuação, chamado Por Toda Eternidade, também publicado pela Editora Arqueiro. Mas, se você não quer spoilers do que pode acontecer na próxima temporada, nem leia a sinopse.


Recomendo.


Teca Machado


2 comentários:

  1. Não assisti nem a série, nem li o livro. Muito interessante sua resenha.

    Boa semana!

    O JOVEM JORNALISTA voltou do Hiatus de verão cheio de novidades e posts novos!

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    Até mais, Emerson Garcia

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