Clouds - Crítica


Um garoto sem um único fio de cabelo no corpo, de muletas, extremamente bem-humorado canta no show de talentos da escola I’m Sexy And I Know It, de LMFAO. Esse é o tom de Clouds, do diretor Justin Baldoni (o mesmo de A Cinco Passos de Você), filme inspirado na história real de Zach Sobiech. Mesmo enfrentando um câncer terminal na adolescência, ele tira o melhor que a vida pode oferecer, sempre com a cabeça erguida.





Depois de A Culpa é das Estrelas veio uma onda de filmes e livros do gênero “sick lit”. O público até cansou um pouco de histórias do tipo. Mas isso já tem alguns anos e não é porque foram várias produções com o mesmo tema que não há obras ainda que valem a pena serem lidas ou assistidas. E passeando pelo Disney+ descobri Clouds, que já tinha visto o trailer muito tempo antes, mas havia esquecido. O filme seria lançado ano passado pela Warner, mas veio a pandemia e mudou os planos de todo mundo, então a Disney comprou os direitos e lançou direto no seu serviço de streaming.


Clouds


Clouds é a história real de Zach Sobiech, interpretado por Fin Argus. Adolescente, desde muito jovem ele lida com o câncer. Próximo do fim do ensino médio e após inúmeras rodadas terríveis de quimioterapia, Zach acredita que finalmente se curou. Até que justamente antes do encontro com a garota pelo qual é apaixonado, precisa de uma cirurgia de emergência, quando descobrem que o câncer não só voltou como se espalhou, o transformando num paciente terminal com poucos meses de vida. Mas, como o começo do filme nos mostra, Zach vê a vida sempre de forma leve, ainda que tenha seus momentos de tristeza e escuridão pessoal. Então passamos a seguir Zach na busca de realizar seu sonho de ser músico junto com a melhor amiga Sammy (Sabrina Carpenter).





Realidade


Apesar de extremamente triste e de o espectador saber o desfecho desde o início (sim, lencinhos são necessários!), o roteiro de Clouds é extremamente bem escrito e foi feito um excelente trabalho de direção. Não há músicas tristes em cenas específicas, discursos profundos e sequências feitas exclusivamente para que o público chore, mas tem um tom quase de documentário, de “a vida como ela é”, o que deixa tudo ainda mais triste e de partir o coração, mas ao mesmo tempo inspirador e feliz, porque essa era uma característica de Zach e da sua vontade de deixar uma marca no mundo.


Clouds tem essa pegada muito real, principalmente porque a família do protagonista esteve muito envolvida com a produção, principalmente Laura Sobiech, a mãe de Zach, que escreveu o livro Fly a Little Higher: How God Answered a Mom’s Small Prayer in a Big Way, no qual o roteiro foi inspirado. Além disso, objetos pessoais do Zach foram usados no filme, como a camisa de flanela que ele veste no estúdio ao gravar Clouds, a muleta, a camiseta “Pants” e todos os itens do quarto do personagem, que foi recriado quase à perfeição.





Outro fato que deixou tudo com aspecto mais real foi o diretor conheceu Zach em 2013 filmando uma série documentário chamado My Last Days, que acompanhou pacientes com doenças terminais e mostrando como eles decidiram encarar a vida. No fim do filme, cenas reais do documentário são exibidas e podemos sentir a real essência de Zach, que foi trazida para a tela.


Música


Clouds não seria tão bom se o elenco não tivesse sido tão bem escolhido, especialmente Fin Argus. O ator, que viveu seu primeiro protagonista, soube dar o carisma, a alegria em meio à tempestade e os momentos de dor e desespero que o rapaz viveu. Ele é inspirador, com um sorriso contagiante e mostra vontade de viver. A gente vive essa montanha-russa de emoções junto dos personagens, não só ele, mas toda sua família, melhor amiga e namorada.


Além do elenco, outro ponto alto de Clouds é a trilha sonora. O título do filme é o nome da música que lança Zach e Sammy ao estrelato e eu duvido que você termine de assistir o filme sem estar cantarolando. Desde então eu já ouvi umas 200 vezes essa e outras canções do longa. E, apesar de ser da Disney as músicas aparecem na trama apenas em momentos de show, gravações e apresentações, não é um musical em que do nada os personagens começam a cantar e esse foi um acerto do diretor, porque manteve a narrativa com tom de realidade.



Zach Sobiech na vida real


Sim, Clouds, disponível na Disney+, é um filme triste, mas ao mesmo tempo feliz. Paradoxal, né? Mas é verdade. O coração da gente quebra e fica quentinho, tudo junto, pois Zach era realmente inspirador.


Recomendo bastante.


Teca Machado


8 comentários:

  1. Que resenha encantadora. Ela me fez ter vontade de assistir ao longa.

    Boa semana!

    O JOVEM JORNALISTA voltou do Hiatus de verão cheio de novidades e posts novos!

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    Até mais, Emerson Garcia

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  2. Eu vi o pôster desse filme no Disney+, mas inicialmente ele não me chamou atenção por que achei que fosse mais um daqueles musicais da Disney, mas gostei de saber do que se trata e fico feliz que os personagens não comecem a cantar e dançar sem justificativa. Vou incluir na minha lista e assistirei esse filme assim que possível.
    Beijo, Blog Apenas Leite e Pimenta ♥

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    1. Oi, Leslie!
      Nada, não é musical, apesar de ter música.
      É um filme bem delícia - e triste.

      Beijooos

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  3. Oi Teca,

    Confesso que o estilo do filme é algo que tenho evitado assistir no momento em meio de tanta tristeza.
    Talvez mais para frente eu veja, mas no momento estou focando mais em romances e comédias.
    Que bom que gostou no geral do filme.

    Bjs
    https://diariodoslivrosblog.blogspot.com/

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    1. Oi, Jéssica!
      Realmente, o momento está triste já para ver filmes tristes, né?
      Mas vale muito a pena.

      Beijooos

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  4. Nossa fiquei doida para ver esse filme.

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