The Morning Show - Crítica


Em 2019 assisti a 2 episódios de The Morning Show e fiz uma crítica aqui no blog, deixando claro que não tinha visto tudo. Esse ano voltei a assistir – na verdade reiniciei – e posso dizer que foi uma das melhores séries que assisti nos últimos tempos. A produção, que foi a primeira feita e lançada pelo serviço de streaming da Apple, a Apple+, é inteligente, atual, necessária e com excelentes atuações.


Nem cheguei ao fim da resenha, mas já afirmo que recomendo muito a série criada por Jay Carson.




The Morning Show 


O primeiro episódio já começa com um escândalo: Mitch Kessler (Steve Carell), um dos âncoras do programa matinal de maior audiência dos Estados Unidos é demitido imediatamente após ser acusado de assédio sexual por funcionárias do próprio show. A notícia cai como uma bomba em todos, principalmente em Alex Levy (Jennifer Aniston), sua colega de bancada há 15 anos e amiga. Ela sabia que Mitch, mesmo casado, tinha uns casos aqui e ali, mas não consegue acreditar que seja assédio, ainda mais que ele prontamente afirma que tudo foi consensual. O lugar vago de apresentadora vai para Bradley Jackson (Reese Whiterspoon), uma jornalista falastrona de uma emissora sem nenhuma expressão no interior que teve um vídeo seu viralizado.


Por mais que a sinopse não pareça tão interessante e nem mesmo o primeiro episódio – ele é um tanto lento e, já aviso, esconde todo o potencial da série – continue a assistir. Os dois episódios iniciais podem não ser os melhores, mas são fundamentais para a construção de todo o arco dramático e dos personagens. Depois o enredo pega fogo!




De início parece que vai ser uma série sobre duas mulheres ambiciosas que querem sobressair uma à outra numa guerra de egos, enquanto se investiga se ele é culpado ou não (essa foi a impressão que tive quando fiz a resenha sem ter assistido toda a primeira temporada). Mas The Morning Show é muito mais do que isso, criando uma tensão enorme no espectador, que fica vidrado, enlouquecido para terminar todos os episódios.


#metoo


The Morning Show poderia facilmente se tornar uma plataforma do feminismo para acabar com os assediadores. E faz isso lindamente, principalmente no episódio final. Mas não é na base do grito e do “eles fizeram isso, vamos acabar com eles”. A série vai cozinhando, foca principalmente em causa e efeito das ações e quando falo isso não é apenas sobre o assédio masculino, mas sobre absolutamente tudo na vida. Ela nos desperta emoções complexas, nos engana sobre o caráter dos personagens e a sensação que fica é a de frustração por saber que a realidade não é muito diferente.


Em tempos de #metoo é fácil tentar pensar em quem Mitch Kessler é baseado. O primeiro pensamento é em Harvey Weinstein, mas dizem as más línguas que é a história de Matt Lauer (por mais que a produção negue). É difícil não achar que seja, já que ele é um jornalista, apresentador do The Today Show (programa no mesmo formato de The Morning Show) e que foi demitido por comportamento sexual inadequado, após ter sido denunciado por uma colega.




Aniston, Whisterspoon, Carell e outros


Jennifer Aniston e Reese Whiterspoon são um espetáculo na interpretação. No primeiro episódio achei a Reese um pouco forçada, principalmente na cena do vídeo dela que viraliza, mas faz parte da personagem. Não são as “mocinhas”, mas também não são as vilãs – ainda que Alex muitas vezes pareça. Mas é inegável o rastro de destruição que elas deixam. As atrizes são produtoras de The Morning Show e receberam US$ 2 milhões por episódio, além dos dividendos da produção. E tenho certeza de que a Apple+ não se arrependeu, porque elas realmente fizeram um excelente trabalho nessa que é considerada uma das séries mais caras de todos os tempos, custando cerca de U$ 17 milhões por episódio.


Além delas, Steve Carell é um excelente acréscimo ao elenco. Apesar de ser conhecido principalmente por seus papeis de comédia, ele sabe fazer drama muito bem e mostra aqui. Mas não podemos deixar de falar de Billy Crudup, no papel de Cory Ellison, o chefe do jornalismo da emissora e que é doidão. O personagem tem definitivamente as melhores falas e rouba a cena sempre que aparece, tanto que ganhou o Emmy e o Critics Choice Award pelo personagem. É alguém que o público nunca sabe realmente de que lado está e qual sua real intenção, mas a motivação sabemos: chegar ao topo.




The Morning Show foi concebida para ter duas temporadas, então assim que primeira foi lançada já sabíamos que teríamos mais uma, que inclusive já começou a ser gravada. Ela seria filmada no verão americano de 2020 para ser lançada no outono, mas a pandemia atrapalhou o cronograma, que voltou mês passado. São 10 episódios por temporada, com cerca de 1h cada.


Recomendo muito.


E se você ainda não assina a Apple+, indico o serviço de streaming, que é recheado de excelentes produções. A empresa preza pela qualidade ao invés da quantidade, então podemos saber que apesar de não ter inúmeras séries e filmes todos são muito bem feitos.


Teca Machado




6 comentários:

  1. Olá...
    Ultimamente não estou tendo muito tempo para assistir séries, mas, essa é uma que quero muuuuuito assistir! Vou arrumar tempo em qualquer lugar pra conferir kkkk
    O elenco está incrível, né?
    Bjo

    http://coisasdediane.blogspot.com/

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    1. Oi, Diane!
      Vale a pena separar um tempinho, viu?
      É muito boa!

      Beijooos

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  2. Oi Teca,

    Confesso que não conhecia a série e apesar da premissa não ter me chamado tanta atenção, sua empolgação me animou em ver.
    Dica anotada!

    Bjs
    https://diariodoslivrosblog.blogspot.com/

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    1. Jessica, é muito boa!
      A empolgação é justificada, hehe.

      Beijooos

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  3. A série já me conquistou pelos atores protagonistas, haha. Achei bacana que a produção não aposta em competição feminina, mas consegue gerar um roteiro que deixa o espectador vidrado. Sempre recebo uns alertas sobre a Apple+, mas não dei bola, agora vou prestar mais atenção na plataforma e quem sabe assina-la.
    Beijo, Blog Apenas Leite e Pimenta ♥

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    1. Oi, Leslie!
      A Apple+ tem uma proposta de ter bem menos séries do que a Netflix, mas com uma qualidade bem superior.
      Vale a pena, viu?
      Tem muita coisa boa.

      Beijoooos

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