Champion: Resenha


Tenho mania de ler séries de livros com um espaço de tempo entre um volume e outro porque não gosto de acabar rápido e depois ficar órfã da história. Mas, confesso, que dessa vez não deveria ter feito isso. Ao pegar Champion, de Marie Lu, publicado pela Rocco no Brasil, não lembrava quase nada da história dos livros anteriores: Legend e Prodigy, que eu li em 2015. Claro que o enredo principal e os personagens eu tinha em mente, mas os detalhes, os acontecimentos, quase tudo me escapou da memória. E os meus exemplares dos dois primeiros volumes estão na casa dos meus pais, em outra cidade, então eu nem pude dar uma olhadinha para relembrar. Dei uma olhada no Google para dar uma situada na história e me joguei em Champion, desfecho da trilogia Legend, mesmo com muitas lacunas na minha cabeça.

Foto: @casosacasoselivros

Se você não leu Legend ou Prodigy, pule o próximo parágrafo!

Quem iria imaginar que Day, o criminoso mais procurado da República, iria impedir uma revolução e que o Primeiro Eleitor fosse assassinado? Então, ele agora, além de todo apoio da população do país, tem a gratidão do governo. Mas nem tudo são flores para ele: Day descobriu uma doença no cérebro e tem poucos meses de vida. Justo agora que Éden, seu irmão mais novo, está começando a se recuperar dos experimentos científicos aos quais foi submetido. Com medo da morte iminente, Day se afasta de June para que ela não sofra. Enquanto isso, a garota prodígio ocupa agora um alto cargo, muito próximo ao jovem Primeiro Eleitor, mas nem isso acalma seu coração. Ela ainda sofre com a morte do irmão e com o afastamento de Day. O caminho de ambos se juntam quando uma guerra se torna iminente. As Colônias afirmam que a República lançou uma nova praga pelas fronteiras e cabe a June e Day unir forçar para impedir esse conflito que pode destruir todo o país e tudo aquilo que eles sempre lutaram para proteger, mesmo que isso exija sacrifícios impensáveis.

Marie Lu
Legend é uma trilogia distópica um tanto diferente de outras do gênero. Claro que há romance, mas ele não está ali apenas para que garotas se interessem mais por essa história cheia de guerra, sangue, correria e ações militares numa sociedade na qual nenhum de nós gostaria de viver. O relacionamento dos personagens principais existe por um motivo no enredo. Marie Lu soube acrescentar uma história de amor que levou os personagens a moldarem suas principais características altruístas e a tomarem decisões extremas, que iriam mudar o rumo dos acontecimentos do país. June e Day combinam muito e a relação deles funciona (ainda quem em muitos momentos quis que June desse uma chance para Anden). Foi sutil e crescente a relação deles, até que chegou ao ponto de que eles não podiam negar o que sentiam.

Gosto de que a história foi contada em primeira pessoa pelos dois personagens principais, assim temos uma visão maior de tudo o que está acontecendo. Nos outros livros isso era ainda mais evidente porque June e Day estavam em lados opostos da luta, então conhecíamos ambos os lados da batalha. E mesmo em Champion, quando os dois lutam pelo mesmo objetivo, é bom saber o que cada um pensa, tem medo e acredita. E o legal é que a Rocco optou por sempre deixar bem claro de qual dos dois personagens é o capítulo. As fontes são diferentes e no início de cada um deles está escrito quem é o “dono” das próximas páginas.

O ritmo pelo qual a história corre é muito bom, ainda que tenha me dado muita angústia antes de tudo começar a se desenrolar. Era tanta desesperança, uma situação tão aparentemente sem saída, que me sentia encurralada junto ao povo da República, principalmente junto aos protagonistas. Em algumas horas eu tinha certeza que se a situação fosse comigo eu sentaria no meio-fio e começaria a chorar. Talvez no desfecho algumas coisas, que antes pareciam impossíveis, se desenrolaram – tanto para bem, quanto para o mal – de forma um pouco acelerada. Mas isso não prejudica nenhum pouco a leitura e nem o tão esperado final da saga.

Trilogia Legend

Há reviravoltas, pontas amarradas e um sentimento agridoce quando tudo acaba. Marie Lu sabe permear as suas páginas com melancolia e sensibilidade numa história cheia de ação numa sociedade futurística terrível, mas ainda assim muito possível de acontecer.

Os direitos cinematográficos da série já foram comprados, mas ainda não há conversas concretas sobre quando a produção vai começar. 

Recomendo toda trilogia.

Teca Machado

7 comentários:

  1. Oi, Teca!
    Nossa, o final desse livro me deixou acabada demais. Só de lembrar eu sofro demais.
    Sobre a adaptação, queria tanto que saísse do papel...
    Beijos
    Balaio de Babados

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    1. Oi, Lu!
      Esse livro é maravilhoso demais, né?
      Uau!

      Beijooos

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  2. Ainda não li, gostei da sua resenha!

    https://submersa-em-palavras.blogspot.com.br/

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  3. Hey Teca! Como está? Nunca tinha ouvido falar da série, pulei o paragrafo que pediu -risos- e ainda assim me interessei demais pelo enredo. Como alguém que nunca leu talvez esteja errada, mas fui lendo a resenha e 'Jogos Vorazes' pulavam na minha cabeça o tempo todo! Estou errada em associa-los? Pretendo ler, assim que a fila de leituras der um tempinho rsrs

    Beijos
    www.nerdabsoluta.blogspot.com

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    1. Oi, Sarah!
      Essa série é MUITO boa! Vale a pena demais.
      Eu recomendo muito.
      Sim, tem uma vibe Jogos Vorazes, apesar de não ser tão cruel.

      Beijooos

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  4. estou me preparando para ler teca mas n sei se estou pronta pra sofrer lendo por causa do day, n sei se ele morre mas...ai nao sei estou com mtt medo mas vou começar a ler amanha!

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