Era Uma Vez... Em Hollywood - Crítica


Quentin Tarantino é mestre do seu segmento. Alguns amam, outros odeiam, mas é impossível ficar indiferente aos seus filmes ou mesmo ao seu estilo. Ele é um diretor muito linear no sentido de que suas produções sempre têm sua marca registrada. E com o concorrente ao Oscar 2020 de Melhor Filme Era Uma Vez... Em Hollywood o mesmo acontece: Ele tem cara de Tarantino, ainda que pelo que percebi seja um dos seus filmes com menos violência.



Vi no IMDB o comentário de um usuário que para mim resumiu bem o que é Era Uma Vez... Em Hollywood: 

“As primeiras duas horas do filme é para aqueles que amam tudo o que é retrô, do fim dos anos 1960, para quem ama a história do cinema, assim como grandes atuações. Nos últimos 45 minutos, aperte os cintos, porque o clássico Tarantino entra em cena”. 

No longa que passa ao final dos anos 1960 acompanhamos Rick Dalton (Leonardo DiCaprio), um ator de séries que está tentando emplacar uma carreira no cinema, mas ainda não está muito bem-sucedido na empreitada, e Cliff Booth (Brad Pitt), seu dublê, melhor amigo e uma espécie de faz-tudo e voz da consciência de Rick. Há ainda Sharon Tate (Margot Robbie), atriz em ascensão e esposa de Roman Polanski (Rafal Zewierucha), diretor mais comentado da época.



Se você achou o nome Tate e Polanski conhecidos, você está certo. Os dois, assim como vários outros personagens do filme, são pessoas que realmente existiram e foram importantes para a indústria do entretenimento da época. E esse é um dos maiores acertos do filme: Tarantino, também responsável pelo roteiro, deu sua própria versão dos fatos reais. E não é a primeira vez que ele faz isso. É só lembrarmos de Bastardos Inglórios, da maneira como ele matou Hitler e deu fim à Segunda Guerra Mundial.

Além disso, Era Uma Vez... Em Hollywood é cheio de referências. Fala-se muito da época que o entretenimento vivia – da passagem das produções inocentes que permearam até os anos 1960 à nova era do cinema que nos anos 1970 se tornou muito mais vanguardista e ousada -, da geração hippie paz e amor, de Bruce Lee (numa das melhores cenas do filme), da Família Manson, seita liderada por Charles Manson e que foi responsável pelo brutal assassinato de Sharon Tate e seus amigos (calma, isso não é um spoiler) e até mesmo do caso Robert Wagner e Natalie Wood, muito parecido com o que Cliff Booth viveu na trama. Não é preciso conhecer tudo isso para entender e apreciar o filme, mas a experiência fica muito mais completa. Principalmente quando falamos sobre a Sharon Tate, que é parte importantíssima do filme e essencial para o desfecho do enredo.




Com atuações de peso, Era Uma Vez... Em Hollywood está concorrendo ao Oscar em várias categorias. Como não poderia deixar de ser, Leonardo DiCaprio foi indicado ao prêmio de Melhor Ator. Não é a sua melhor atuação da vida, mas ele está excelente, como sempre se propõe a fazer. Brad Pitt também está concorrendo, como Melhor Ator Coadjuvante. Está muito bem também, tanto que ganhou o Globo de Ouro, nessa mesma categoria.

A produção também foi nomeada ao Oscar nas categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro, Melhor Fotografia – lindíssima, diga-se de passagem -, Melhor Figurino, Melhor Design de Produção, Melhor Mixagem de Som e Melhor Edição de Som.



Esse não é um filme para todo mundo. Não é nem mesmo para todo mundo que ama Tarantino. Não vi todas as produções do diretor, mas ela com certeza é a mais diferente que ele já fez. Senti como uma homenagem ao cinema antigo ao mesmo tempo que ele dá o seu toque levemente bizarro e completamente autoral. Muita gente achou o trecho final a melhor coisa do mundo, muita gente detestou. Não sei o que você sentiu ou vai sentir assistindo, mas tenho certeza de que indiferente não é a palavra para usar aqui.

Eu gostei bastante. Não foi o melhor filme que vi no ano passado, mas gostei muito. O que a gente sempre pode dizer do Tarantino é que ele não é sem graça.

Recomendo.

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Categoria Melhor Filme

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Teca Machado

P.S.: Apenas uma curiosidade. Na cena em que Sharon Tate vai ao cinema assistir seu próprio filme, o diretor decidiu usar as cenas originais, com a própria Tate, não regravar com Margot Robbie.

2 comentários:

  1. Oi, Teca tudo bem? Não assisti a este filme, mas deve ser excelente para eu assistí-lo futuramente. Abraço!


    https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/

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