Alguém Especial - Crítica


Só porque o nome é comédia romântica, não significa necessariamente que apresenta apenas momentos cheios de amor, assim como um casal feliz. E essa é a pegada de Alguém Especial, da diretora e roteirista Jennifer Kaytin Robinson, produção original da Netflix.


O filme fala sobre o último dia de Jenny (Gina Rodriguez) em Nova York. Jornalista da indústria da música, ela recebe uma proposta do emprego dos sonhos para escrever para a revista Rolling Stone em São Francisco, mas nem tudo são flores. Seu namorado de longa data Nate (LaKeith Stanfield) decide terminar, já que não quer namorar à distância. De coração despedaçado, Jenny e suas amigas Blair (Brittany Snow) e Erin (DeWanda Wise) curtem um último dia na cidade que nunca dorme.

Pela sinopse, Alguém Especial parece mais do mesmo. E não deixa de ser. Não tem um roteiro inventivo ou surpreendente. Estamos falando aqui de término, superação, amizade e uma última noite louca. Mas o que faz com que o filme se destaque de outros é a maneira que o enredo se preocupa em mostrar a amizade entre as garotas, num feminismo e sororidade muito bacanas (garota que apoiam outras garotas, não importa como), enquanto não tem intenção de encontrar outro amor para Jenny, e sim fazer com que ela siga em frente sozinha. O grande mote aqui é o amor próprio.



A grande força do filme é o elenco. A interação entre as três é ótima. Gina Rodriguez tem um carisma que nos gruda na tela. Mesmo em momentos que mostra o lado mais feio da sua personagem, é impossível não se importar com ela. E Brittany Snow e DeWanda Wise completam esse trio de forma magnífica, já que todas possuem muita química. Apesar de todas as diferenças entre suas personagens são extremamente funcionais e se amam. E algo muito interessante do roteiro é que apesar de Jenny ser a protagonista, cada uma delas têm a sua história trabalhada e uma jornada pessoal a percorrer paralelamente.

Desde o início já sabemos que Jenny levou um fora e que vai mudar de cidade. Então Jennifer Kaytin Robinson constrói o filme por meio do presente e de flashbacks com todo o relacionamento de Jenny e Nate, dos momentos felizes e dos mais azedos. A diretora não pesa a mão na quantidade de cenas do passado, o que é ótimo para o ritmo do filme, que não fica tanto com vai e volta.



Um dos pontos interessantes é que Jenny e suas amigas buscam em drogas (seu traficante é o ótimo RuPaul), bebidas, música e festa como forma de superação. Até que a ficha cai: Não é superação, é fuga. Apenas quando Jenny realmente enfrenta seus sentimentos e os acontecimentos recentes é que realmente dá um passo para frente. É uma comédia romântica bem realista, madura e intimista.

Com uma fotografia lindíssima, Nova York é também uma das personagens do filme. Ela se despede de Jenny com suas luzes, cores e agitação. Trilha sonora, figurino e iluminação, tudo contribui para criar uma aura de comédia romântica ao mesmo tempo em que parece muito real.



Alguém Especial, apesar de ser tida como uma comédia, não faz realmente rir. Mesmo com o tema de término, ainda assim é leve, te faz sorrir e deixa o coração quentinho. Foi uma grata surpresa que encontrei por acaso no catálogo da Netflix.

Recomendo.

Teca Machado




5 comentários:

  1. ah ja quero assistir! to super na vibe de ver essas comédias romanticas do Netflix e ja fiquei curiosa em ver essa

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  2. Oi Teca!
    Não tinha visto ainda esse na netflix. Eu veria pelo o que vc falou de focar na mensagem de amor próprio, amizade e superação ;)
    Bjs
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  3. Oi, Teca.
    Também não tinha visto na Netflix.
    O filme parece bem interessante por focar nas protagonistas e na fuga e depois na superação em si.
    Não é uma grande novidade, mas deve ser um bom entretenimento.
    Bela dica.
    Abraços.
    Diego || Visite Diego Morais Viana

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  4. Oie!
    Adorei sua resenha! Mesmo não sendo meu gênero preferido no momento, pela sua resenha, fiquei com vontade de assistir! :D

    Eu sempre fui fã de comédias românticas, mas acho que ultimamente tudo que tem saído tem sido mais do mesmo, e sempre muito previsíveis, então não assisti a nada do tipo nos últimos tempos.

    Mas por essa ser diferente, talvez eu dê uma chance.

    Bjao
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