Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal - Crítica


Por algum motivo, as histórias de assassinos e serial killers fascinam o ser humano. Talvez seja a exploração de uma psique tão distante da nossa ou alguma admiração pelo macabro, mas a verdade é que existem centenas de filme, séries e livros que exploram histórias reais de crimes horrendos. E esse é o caso de Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal, do diretor Joe Berlinger, produção original Netflix, mas que no Brasil está nos cinemas. O longa é baseado no livro de Elizabeth Kloepfer, namorada de longa data de Bundy.


Se você não sabe quem é o personagem título, ele é um serial killer americano que atuou entre os anos 1970 e 1980 e matou pelo menos 30 mulheres com requintes de crueldade. Bonito, carismático e bom de oratória, conquistou fãs em todo o país e transformou seu julgamento num espetáculo.

Vivido por Zac Efron, ninguém pode negar, está estupendo. Muita gente o julga por causa do tempo que o ator passou em High School Musical, mas ele é um intérprete de alto nível. Lembro do primeiro filme que vi com ele, super novinho, no papel de um menino autista e mesmo lá já deu um show. E como Ted Bundy não é diferente. Seus olhares, suas sobrancelhas levantando nos momentos propícios, seu tom de voz manipulador. Ele realmente viveu o assassino.

No elenco ainda temos grandes nomes, como Lily Collins, Kaya Scodelario, Haley Joel Osmend (o menininho de O Sexto Sentido), Jim Parsons e o maravilhoso John Malkovich.



O título em português fala sobre ele ser “irresistível”, mas a não ser nos momentos do tribunal, não vejo tanta “irrestibilidade” em Bundy. O título em inglês é mais chocante e com mais sentido: Extremamente malvado, chocantemente mal e vil (Extremely Wicked, Shockingly Evil and Vile), e a frase vem de uma fala do juiz que o sentenciou. A primeira metade do longa foca em Liz (Lily Collins), a namorada de Bundy, com quem ele era extremamente carinhoso e apaixonado, então o roteiro se volta para o próprio protagonista e sua saga.

O diretor fez uma opção de trabalhar com a fase de Bundy já com a namorada e tendo cometido muitos crimes, sem deixar tão explícito para o espectador. Nesse ponto o ritmo do filme está longe de ser frenético ou empolgante. A seguir, segue para as suas tentativas de defesa, tribunal e julgamento. O grande fôlego do filme vem no julgamento do protagonista, que aconteceu nos anos 1980 e foi o primeiro televisionado nacionalmente nos EUA, então foi um caso extremamente midiático e famoso. E é principalmente ali que o protagonista mostra seu lado irresistível, que levou tantas jovens ao tribunal e a se apaixonarem por ele.



Um ponto que levou a crítica a não gostar tanto do filme foi o fato de que a produção de um dos assassinos mais icônicos dos EUA não mostra seus crimes. Claro, é uma forma de respeito às vítimas e às suas famílias, mas isso faz com que o público não tenha tanta dimensão da crueldade de Bundy, ainda mais porque ele passa o tempo todo alegando inocência, até os últimos cinco minutos. Mas, ao contrário de um filme fictício onde esse recurso de suspense de “ele é culpado ou inocente?” funciona, aqui todo mundo sabe quem ele é e o que fez, então poderia ter sido explorado um pouco mais.

Então, mais do que falar sobre os detalhes do crime, Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal é sobre o seu relacionamento com as pessoas – principalmente Liz – e como ele era manipulador quando queria. Tanto que nos seus momentos “bom moço” é possível até mesmo sentir compaixão pelo assassino.



Ao final do filme, há cenas reais da vida do assassino e é possível ver o cuidado do design de produção para reproduzir falas, roupas e ambientes. Ficou perfeito.

Além de probleminhas de roteiro e ritmo, há um certo estranhamento com a trilha sonora. Ela é boa. Muito boa. Com várias canções dos anos 1970 animadas. E é aí que está o ponto: As músicas não combinam com o filme. Elas tentam trazer uma leveza que não deveria estar lá e parecem deslocadas.

Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal não é o melhor filme que vi no ano, mas vale uma ida ao cinema. E agora estou curiosa para assistir o documentário Conversando com um serial killer: Ted Bundy, também de Joe Berlinger.

Recomendo.

Teca Machado

2 comentários:

  1. Oi, Teca como vai? Esse filme está dando o que falar não é mesmo? Uns gostaram bastante do filme, outros nem tanto. Eu particularmente não tenho interesse algum em assistí-lo, entretanto deve valer a ida ao cinema para aqueles(a) que gostam desse tipo de longa metragem. Sua resenha ficou muito bem feita Teca, quase me conquistou, digo quase porque não é o tipo de filme que me atraia. Um abraço!

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  2. eu adoro o Zac, vi o trailer desse filme e gosto mt desse tema em que nos deixa na duvida se o criminoso é culpado ou inocente, com certeza ja quero ver

    www.tofucolorido.com.br
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