Legítimo Rei - Crítica


Muitos são os filmes baseados em fatos históricos, mas já não são tantos os que se preocupam com a fidelidade e com o que realmente aconteceu. Segundo David Mackenzie, diretor de Legítimo Rei, original Netflix disponível desde o dia 5 de novembro, esse foi um cuidado que ele teve. O objetivo era contar um pedaço muito importante da história da Escócia sem fugir da realidade. Isso talvez tenha tirado um pouco do “coração” e da emoção do enredo, mas encontramos um filme muito bom, que nos transporta para o meio das lutas e batalhas de Robert de Bruce.


O título da produção em inglês é muito melhor. Outlaw King, que é Rei Fora da Lei, transcreve bem quem foi Robert de Bruce. Depois de batalhas e derrotas, em 1300 os lordes escoceses juram lealdade ao Rei Edward (Stephen Dillane, o Stannis de Game of Thrones). Robert de Bruce (Chris Pine) é um deles, pois acredita que se ajoelhar e humilhar é melhor do que continuar o derramamento de sangue numa guerra que não pode ganhar. A sua família é uma das que teriam direito à coroa da Escócia, mas a Inglaterra tomou as terras para si, subjugou a população e impediu a nação de ter um soberano próprio. Quando Wallace, o símbolo da resistência, é esquartejado, o povo começa a se inflamar contra a Inglaterra. Bruce, então decide desonrar seu juramento, é proclamado rei e passa a lutar pela libertação da Escócia.

Se você já assistiu Coração Valente, de Mel Gibson, sabe quem é Robert de Bruce, mas tem uma imagem mais vilanesca dele. Enquanto Legítimo Rei se preocupa com a veracidade dos fatos, Coração Valente é mais focado na bravura e emoção (e qualquer um que sabe um pouco de história sabe que é cheio de licença poética). Bruce é mostrado como o traidor de Wallace, mas aqui vemos outra faceta, mais acurada do personagem histórico. Um homem sério e certo, que se importou com o povo mais do que com o título. “Eu sou o rei dos escoceses e não o rei dessas terras”, disse em certo momento.



Bruce não teve uma tarefa fácil. O exército inglês era, na melhor das hipóteses, esmagador. Numeroso, rico, bem treinado e bem potente. Já o de Bruce era bem menor e em uma emboscada foi reduzido a 50 soldados. Então, os escoceses decidem jogar pesado e passam a reconquistar sua terra com ações não convencionais.

Apesar do tema muito interessante e que poderia trabalhar muito o lado emocional de Bruce, o roteiro pecou nesse aspecto. Bruce em vários momentos é apático. E o problema não é necessariamente Chris Pine, que trabalha muito bem em vários filmes, mas uma junção das duas coisas. Ele não está ruim e tem momentos inspirados. E por falar no Pine, estou lá de boa distraída vendo o filme e de repente dei de cara com ele peladão de frente saindo da água, haha.



Muito foi falado da atuação de Florence Pugh, que interpreta Elizabeth Burgh, esposa de Robert. Não achei tão excepcional assim, a não ser em certa cena em que pressionam sua personagem. Mas não podemos deixar de citar a interpretação de Aaron Taylor-Johnson, o Quicksilver de Os Vingadores: Era de Ultron. Ele é louco, com olhos esbugalhados e sedento por sangue e vingança. É de arrepiar.

E por falar em sangue, David Mackenzie não poupa o espectador nesse sentido. Há sangue espirrando, lama, suor. A cena de batalha final, principalmente, é pesada. O diretor soube retratar muito bem a Idade Média, que era violenta, desse tanto e um pouco mais. As roupas são acuradas com a época, assim como as construções e as cores bege, marrom e cinza predominando. Mas, em compensação, quando a sequência é num plano aberto, mostrando as lindíssimas paisagens escocesas, é de perder o fôlego com tanto verde exuberante.



Legítimo Rei tem um enredo real muito interessante. É um ótimo filme histórico e que vale muito a pena ser assistido na Netflix.

Recomendo.

Teca Machado


8 comentários:

  1. Oi, Teca!

    Não costumo assistir muito séries do gênero, mas meu pai tá vendo e adorando. Ótima resenha!

    xx Carol
    http://caverna-literaria.blogspot.com/

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  2. Oi Teca, tanta coisa na Netflix que eu nem sabia desse filme, chocada! Legal ter outra perceptiva do personagem e gosto do Pine, espero gostar do filme tb!

    BJs, Mi

    O que tem na nossa estante

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    1. Mi, a gente até se perde com tanto trem bom na Netflix, né?
      Também adoro ele.

      Beijooos

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  3. AH, que bom que tem na Netflix! Vou procurar pra ver! Fiquei curiosa!
    Beijos! 💙 Borboletra

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  4. Oi, Teca

    Como assim a Netflix não me indicou esse filme? Que ultraje! Hahahaha
    Nu frontal? Quero! Hahahahah Brincadeiras.
    Eu sou apaixonada na Escócia e gosto de conhecer o lado real das histórias. Gostaria muito de um filme ou série que não romantizasse Ana Bolena, por exemplo, mas não tem.
    Adoro sangue e luta, quanto mais, melhor.
    Vou já salvar o nome aqui no bloco de notas para amanhã já entrar lá e coloca na lista.

    Beijos
    - Tami
    https://www.meuepilogo.com

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    1. Tami, como assim?
      Ainda mais com um nu do Pine?
      Hahahaha.
      Então tenho certeza que vai gostar desse. Não ficam romantizando. Disseram que é o maior real que se consegue num filme.

      Beijooos

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