The Politician - Crítica


Ryan Murphy é um homem de muitos talentos. Principalmente quando está com Brad Falchuk e Ian Brennan. O trio de produtores e roteiristas foi responsável por séries como Glee, American Horror Story e Scream Queens. E se juntaram mais uma vez, agora com a Netflix, em The Politician, no catálogo no serviço de streaming desde o final de setembro.


É difícil categorizar The Politician. É comédia? De certa forma. É drama? Também. É reflexivo ao extremo? Sim. É excêntrico? Aham. Tem acidez, ironia e crítica social e política? Com certeza. A série parece se encaixar num tipo de produção que pode ser descrita como marca pessoal de Murphy. Apesar do nome e da temática, não se trata de uma séria adulta, por assim dizer (ainda que todos façam papel de 16 anos com cara de mais de 30). Tem um teor adolescente, como Glee e Scream Queens.

Em The Politician, acompanhamos Payton (Ben Platt), um garoto que desde que se lembra tem o sonho de se tornar presidente dos Estados Unidos. É o seu chamado, o seu destino, e para isso precisa estar no mundo político desde jovem. Então a primeira temporada foca na disputa eleitoral do grêmio estudantil do abastado colégio onde estuda.




Parece uma simples trama adolescente de campanha, mas a série é mais profunda do que isso. Ela de certa forma é um retrato do mundo político americano, tanto dos que aspiram poder – e sua equipe disposta a tudo – quanto dos eleitores. O quinto episódio, por exemplo, é focado no eleitor. Esse, particularmente, é chato. Mas mostra de forma fiel o eleitorado americano e traz muita reflexão, principalmente porque o voto no país não é obrigatório, mas eles acreditam que deve ser seu dever como cidadão. E é interessante que o roteiro fala sobre o assunto sem tomar partidos (por lá está tudo polarizado como aqui). Mas uma curiosidade, um mero detalhe que é a cara de Murphy: Na abertura da série aparecem livros com nome de presidentes, na ordem em que estiveram no poder. Reagan, Clinton, Bush, Obama e, em seguida, “O guia dos idiotas para ser um palhaço”, numa clara gozação a Trump, que deveria ser o próximo nome.

A trama principal de The Politican, com foco em Payton, é ótima, com todos os exageros e excentricidades típicas dos três roteiristas. Mas às vezes ela perde um pouco do foco por causa de histórias paralelas. Como o caso de Infinity (Zoey Dutch) e sua avó (Jessica Lange), a insatisfação com a vida de Astrid (Lucy Boyton), a relação de Payton com River (David Corenswet) e mais. A partir do quinto episódio, todo o resto acontece, enquanto a corrida presidencial fica de lado, o que tira um pouquinho o brilho de The Politician, ainda que os enredos sejam ótimos. E, então, temos o último episódio e oitavo episódio. 




De início, ele parece fora de contexto com todo o resto da série, mas ele se transforma em quase um primeiro episódio da segunda temporada e dá o tom do que podemos esperar. Ele é sensacional e nos faz quicar de ansiedade por mais, principalmente por causa da participação de Bette Middler – sempre maravilhosa! – e de Judith Light.

E falando do elenco, que escolha incrível foi Ben Platt para viver Payton. O ator consegue algo muito difícil, que é fazer com que o público enxergue seus defeitos e suas falhas de caráter sem o tornar nem remotamente odiável. Em todo o momento ele nos entrega um Payton muito crível. E ainda por cima mostra todo o seu talento musical (ele esteve em Pitch Perfect e no musical Dear Evan Hansen). Desde que terminei de assistir a série não consigo parar de escutar sua interpretação de Vienna, de Billy Joel, e de River, de Joni Mitchell. Ryan Murphy não faria uma série sem algo musical, né?



E há ainda outros nomes que merecem destaque, como Lucy Boynton, Jessica Lange, Gwyneth Paltrow, Laura Dreyfuss, Theo Germaine, Rahne Jones, Zoey Dutch, Julia Schaepfer e David Corenswet, além de participações de January Jones e Dylan McDermott.

The Politician é interessante, diferente, com um visual lindo e merece sua atenção.

Recomendo.

Teca Machado

10 comentários:

  1. Oi, Teca como vai? Gostei de sua indicação, a série parece interessante, muito embora seja difícil de categorizá-la, entretanto existem questões que despertou meu interesse. Abraço!


    https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/

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    1. Oi, Luciano!
      É diferente e muito legal.
      Vale o tempo que passamos assistindo!

      Beijoooos

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  2. Oi, Teca
    A despeito da crítica a política, eu acho que é uma série bem interessante. Eu gosto de assistir tramas bem trabalhadas, que fazem algum apelo social, mas que também trazem tudo com bastante ironia e bom humor. Só que eu não curto quando colocam adulto pra fazer papel de adolescente, eu acho tão bizarro e muito nada a ver KKKKK
    Mas normal né? Anotei a dica!
    Beijo
    https://www.capitulotreze.com.br/

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    1. Oi, Mika!
      Siiiiiim!
      Isso que é o bom da série.
      Mas eu também fico incomodada com os adultos em papeis de adolescentes.
      Por que insistem tanto nisso?

      Beijooos

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  3. Oi, Teca!
    Adoro série adolescente que é muito profunda. Já abri a Netflix e coloquei na lista do que quero ver depois.
    Obrigada pela dica

    Um beijo,
    Fernanda Rodrigues | contato@algumasobservacoes.com
    Algumas Observações
    Projeto Escrita Criativa

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  4. ah eu adoro esse tipo de trama adolescente, mas que na verdade é mais do que parece, já vou colocar na minha lista do Netflix com certeza

    www.tofucolorido.com.br
    www.facebook.com/blogtofucolorido

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  5. Amei sua resenha, eu gosto de filmes nesse estilo, já fiquei doida para conhecer esse! ❤

    https://www.kailagarcia.com

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