Shazam! - Crítica


Você sabe o que significa Shazam, nome do novo filme e do super-herói da vez da DC? É um anacrônico, que junta a primeira letra de personagens de diversas mitologias. O herói tem a sabedoria de Salomão, a força de Hércules, o vigor de Atlas, o poder de Zeus, a coragem de Aquiles e a velocidade de Mercúrio. Bom, sobre a sabedoria eu não sei, mas todo resto Shazam (ou Sir Choquelot, Trovoada Vermelha e vários dos outros nomes que ele é chamado ao longo da produção), realmente tem. Se assim como eu você nunca se interessou por esse personagem com nome estranho, roupa ridícula e pouca expressão no universo de heróis, é melhor repensar isso e assistir Shazam!, do diretor David F. Sandberg, que está nos cinemas desde o dia 4.


Como estamos falando da DC, nada mais natural do que esperar um filme mais dramático e sombrio – apesar de que o estúdio tem mudado isso com suas últimas produções, como Mulher Maravilha e Aquaman. Mas se eu não soubesse que era um lançamento, teria certeza que Shazam! é um clássico da Sessão da Tarde. 

O enredo gira em torno de Billy Batson (Asher Angel), um garoto problemático de 14 anos que passou por inúmeros lares adotivos (e fugiu de todos) que recebe inesperadamente todos os poderes de um mago, transformando-o num cara de trinta e poucos anos, muito forte, que solta raios pelos dedos e um tanto indestrutível (Zachary Levi). Fascinado com as novas habilidades Billy e o melhor amigo e irmão adotivo Freddie (Jack Dylan Grazer) vão testando tudo o que pode fazer, mas chega a hora que precisa lutar contra o dr. Sivana (Mark Strong), que recebeu dos sete pecados capitais os mesmos poderes de Billy e deseja soltar o caos no mundo.





Um dos melhores adjetivos para descrever Shazam! é fofo. A inocência da adolescência e da infância permeia todo o filme. Imagina ter 14 anos e de repente encontrar em você todo esse poder? A produção é divertida, leve e com uma linda lição sobre família, mostrando principalmente que ela não precisa ser de sangue para ser a mais incrível que você poderia encontrar. É possível rir e até mesmo se emocionar em alguns momentos, com várias piadas que não são exageradas na quantidade.

O roteiro é bem amarradinho e nos dá um ótimo filme de origem, fazendo com que amemos logo de cara os personagens na tela. Mas ele não seria tão elogiado pela crítica e pelo público se não fosse pelo elenco escolhido. Zacary Levi, que foi lançado à fama com a série Chuck, está sensacional. Ele nasceu para esse papel. É um homenzarrão com uma mente adolescente e poderes sem iguais. Seu Shazam é equilibrado, em momento nenhum ficou caricato e realmente acreditamos que ele tem 14 anos apesar de todos aqueles músculos (e não é enchimento, o ator realmente está forte daquele tanto!). E o mesmo tanto de elogio pode ser feito à Asher Angel e Jack Dylan Grazer. A dupla adolescente é carismática ao extremo e trabalha muito bem. E, apesar de não ter tanto tempo em tela, não podemos esquecer dos irmãos adotivos deles: a fofa Darla (Faithe Herman), o hacker Eugene (Ian Chen), a inteligente Mary (Grace Fulton) e o quieto Pedro (Jovan Armand). 



Convenhamos que as motivações do vilão não são as melhores do mundo. Quando criança ele foi testado pelo mago para receber os poderes de Shazam, mas falhou. Desde então vive uma busca louca para se tornar poderoso. Ele é uma espécie de espelho de Billy, só que do mal no caso. Basicamente ele é uma criança mimada querendo o doce que lhe foi negado. Mark Strong trabalha bem, apesar de que é quase uma repetição dos papeis que geralmente vive. Sempre que aparece o antagonista do herói, o filme tem uma pegada anos 1980, quase brega, com um pé no cafona, levemente sombrio.

A DC foi corajosa em lançar um filme de herói entre Capitã Marvel e Os Vingadores: Ultimato, mas está se saindo bem em bilheteria e críticas (mas acredito que seria ainda melhor se tivessem segurado para o segundo semestre). 




Shazam! é um filme para assistir e sair sorrindo do cinema. Tem o coração puro, é um deleite e é cheinho de referências (Superman, Batman e até mesmo Quero Ser Grande, com o Tom Hanks, que tem a mesma pegada de um adolescente no corpo de um adulto). Com reviravoltas divertidas, soube guardar bem os segredos e não contar tudo no trailer. Em nada se parece com os outros filmes da DC e mostra que o estúdio está finalmente emplacando um sucesso atrás do outro.


Recomendo bastante.

Teca Machado

3 comentários:

  1. Oi, Teca!
    DC vê a palavra coragem e ri hahhahaha Realmente foi muito tiro no escuro, mas acho que eles já confiavam que o filme seria bom.
    Beijos
    Balaio de Babados

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Essa DC malandrinha, hahahaha.
      Mas o filme é bem bacana mesmo.

      Beijoos

      Excluir

Tecnologia do Blogger.