Sex Education - Crítica


Séries adolescentes é o que mais vemos por aí. E um tema é bem constante nelas: Relacionamentos amorosos e sexo. Pode ser de forma mais humorística ou séria, mas o assunto nunca fica longe dos roteiros. Mas talvez nunca produção tenha tratado não só de sexo, mas de sexualidade, com tanta honestidade e ao mesmo tempo sensibilidade quanto Sex Education, da Netflix.


O show, com apenas oito episódios na primeira temporada e já renovado para a segunda, fala abertamente sobre tantos assuntos que envolvem sexualidade – a maioria inclusive tabus - que é até difícil citar todos.

O título da série remete às infames aulas de educação sexual, pouco comuns no Brasil, que as escolas americanas e inglesas geralmente têm. Sempre são mostradas com um professor constrangido tentando ensinar principalmente a anatomia do negócio enquanto os alunos não levam a sério e dão risadinhas. Mas Sex Education vai além disso. Nela conhecemos Otis (Asa Butterfield), um garoto virgem de 16 anos que entende muito mais se sexualidade do que qualquer outro adolescente. Por ser filho de terapeutas sexuais, cresceu aprendendo sobre o assunto, mesmo que indiretamente. Então, Maeve (Emma Mackey) tem a ideia de transformar Otis em um terapeuta sexual da escola e cobrar por isso.



Em meio a atendimentos dos colegas, que possuem os mais diversos problemas em relação ao assunto, Otis precisa lidar com suas próprias dificuldades, já que não consegue nem ao menor se tocar sem ter um ataque de pânico. E parte desses traumas vêm da sua mãe Jean (Gillian Anderson), que apesar de sempre se manter aberta ao filho e aos seus questionamentos, não percebe que o analisa a todo instante e invade a sua privacidade. A relação dos dois traz uma dinâmica muito interessante ao enredo.

O mais interessante de Sex Education é a parte psicológica dos personagens, seja dos protagonistas, seja dos que aparecem poucas vezes. Mesmo quando os problemas sexuais parecem de cunho fisiológico, Otis vai até a raiz da questão e descobre motivações muito mais profundas, o que o torna um ótimo terapeuta sem nem ao menos perceber. 



Asa Butterfield e Emma Mackey estão ótimos. Asa, que sempre fez papeis um pouco mais sérios (ele é o Hugo Cabret ❤), mostra ao espectador um outro lado seu nessa dramédia, sem medo e sem vergonha mesmo nas cenas mais constrangedoras (e acredite: há várias). Emma faz um papel que tinha tudo para ser estereotipado, mas o faz com gentiliza à personagem. Gillian Anderson também está muito bem, como a terapeuta descolada e muitas vezes avoada que tem também seus problemas. Mas é impossível falar de Sex Education sem dizer que o melhor personagem de todos é Eric, o melhor amigo de Otis, interpretado maravilhosamente por Ncuti Gatwa. Sendo um dos únicos gays da escola e membro de uma família religiosa e conservadora, Eric não tem medo de mostrar quem é. E o mais interessante é que onde mais encontra consolo e compreensão é dentro da igreja e de casa, onde sempre acreditou que não teria. Estou encantada por ele, seu sorriso gigantesco e quero ser sua melhor amiga para todo o sempre.


Sex Education pode assustar algumas pessoas. Apesar de ser uma série adolescente, tem bastante nudez e cenas de sexo, quase sempre no começo do episódio, com uma pegada quase catastrófica e cômica e que irá levar ao problema que Otis vai resolver. Mas essas cenas não são eróticas, pelo contrário. São quase descontraídas. E a Netflix contratou um coordenador de intimidade (juro que essa profissão existe) para que os atores não se sentissem constrangidos e para evitar problemas de abusos sexuais no set.

Mais do que falar sobre sexo, a série mostra a importância de se conhecer, de não simplesmente ceder às pressões e outras pessoas e de saber quem você é e se sentir completo, antes de colocar outra pessoa na jogada. 


Sex Education é divertida, leve e relevante. Aguardo ansiosamente a segunda temporada.

Recomendo.

Teca Machado

14 comentários:

  1. Oi Teca
    Eu descobri a série recentemente mas ainda não pude ver, mas já coloquei na lista. Euzinha, que nem curto série estou animada para ver essa justamente por causa do tema, que eu acho mega importante, principalmente pros adolescentes que estão se descobrindo. Adoro o Asa, ele é um fofinho!
    Beijo
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    1. Oi, Mika!
      O Asa é um fofoooo!
      Essa série é muito boa e muito importante.

      Beijooos

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  2. Oii Teca

    Achei bacana a proposta da série e ao se arriscar em conter cenas mais maduras trazendo ao mesmo tempo um ar hilário, a série se destaca e sai da mesmice, quero conferir Sex Education assim que sobrar um tempinho

    Beijos

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    1. Oi, Ivy!
      Esse é um dos grandes acertos da série.
      É bem bacana!

      Beijooos

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  3. Amei sua resenha, estou vendo muitos comentários positivos sobre essa série, ela já está na minha lista!

    www.kailagarcia.com

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    1. Oi, Kaila!
      Espero que consiga assistir e goste da série.

      Beijooos

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  4. Oie!!

    Vi muita gente falando sobre essa serie, mas ainda nao consegui assistir, e quero, pois parece ser muito boa!
    Eu me interessei muito mais a partir da sua resenha, pois parece que a serie vai mto além de sexo, que tem uns ensinamentos importantes e tal.

    Bjuu
    Início de Conversa

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    1. Oi, Janaina!
      Sim, o sexo é o tema, mas passa longe de ser uma série sexual.
      É bem legal!

      Beijooos

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  5. Está na minha lista de próximas séries e pelos comentários parece ser muito boa!

    http://naoseavexe.blogspot.com

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  6. muito boa a serie,confesso que eu assistir o primeiro episódio e não gostei,porém ontem mesmo eu coloquei para assistir de novo e acabei perdendo o sono,nossa que serie massa,muito bom mesmo o ponto de vista que ela transmite.super ansioso para a próxima temporada.

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  7. Gillian Anderson também está muito bem, como a terapeuta descolada e muitas vezes avoada que tem também seus problemas. Mas é impossível falar de Sex Education sem dizer que o melhor personagem de todos é Eric, o melhor amigo de Otis, interpretado maravilhosamente por Ncuti Gatwa. Sendo um dos únicos gays da escola e membro de uma família religiosa e conservadora, Eric não tem medo de mostrar quem é. E o mais interessante é que onde mais encontra consolo e compreensão é dentro da igreja e de casa, onde sempre acreditou que não teria. Estou encantada por ele, seu sorriso gigantesco e quero ser sua melhor amiga para todo o sempre.
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  8. São exatamente 00:41, nossa essa série é muito foda, aprendi algumas coisas com ela, não relacionada a sexo, mas sim em questão de caráter e entre outras coisas, acredito ter me ajudado muito, quem teve a iniciativa de construir a série pode ter certeza que fez um ótimo trabalho, aos que um dia vai ler esse comentário é não assistiu, tente não ser preconceituosos.

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