Roda Gigante - Crítica


Woody Allen e eu temos uma relação cheia de altos e baixos (deixando de lado toda a questão pessoal dele, estou falando especificamente de seus filmes). Algumas das suas produções eu amo de paixão, como Meia Noite em Paris – um dos meus filmes preferidos – e Match Point, e outros eu simplesmente não consigo gostar, como Vicky Cristina Barcelona – meu julguem – e Scoop. Sempre bate aquele receio quando vou assistir a algo dele e não foi diferente com Roda Gigante, escrito e dirigido por ele, que já foi lançado há um tempo, mas está agora nos cinemas.


Fui ao cinema sem nem mesmo ver o trailer – até porque eu ia assistir outro filme e não deu certo -, mas sabia que tinha a Kate Winslet e o Justin Timberlake, dois atores que eu adoro, então resolvi dar uma chance. O veredicto final foi que eu gostei. Não amei, mas gostei bastante, principalmente de todo visual da produção, das atuações e da metáfora que é o nome do filme.

Roda Gigante tem como foco Ginny (Kate Winslet), uma atriz fracassada que trabalha como garçonete e vive com o segundo marido Humpty (Jim Belushi) e o filho do primeiro casamento na região de Coney Island, praia e parque de diversões do Brooklyn, em NY. Quando o verão tem início, Ginny começa um caso com Mickey (Justin Timberlake), um salva-vidas bem mais novo do que ela e que tem a ambição de se tornar um escritor de sucesso. Quando Carolina (Juno Templo), filha de Humpty, aparece pedindo abrigo, Ginny não vê outra alternativa que não acolher a enteada que está fugindo da máfia e que passa a se interessar pelo amante da madrasta. 




Apesar de Ginny ser a protagonista cuja vida triste acompanhamos, quem narra é Mickey, usando muito o recurso de falar olhando para a câmera, diretamente com o espectador. Ele e o filho piromaníaco de Ginny acabam sendo uma espécie de alívio cômico na história dramática, cheia de problemas familiares e de relacionamentos. Timberlake é ótimo e carismático, apesar de toda canalhice do personagem, que se interessa muito mais pela tragédia grega que está se desenrolando em frente a ele do que pelas pessoas que estão sendo afetadas por suas ações e inconsequências.

Kate Winslet é uma atriz de peso, talvez uma das melhores da sua geração, e sentimos toda a frustração e dor da personagem, toda culpa pelos erros do passado e do presente, assim como os fugazes momentos de alegria que tem com Mickey. E todos os sentimentos, principalmente dela, são retratados pelas cores e pelas luzes de Roda Gigante.




O trabalho de fotografia é excepcional, com a aura quase artificial do parque de diversões permeando toda vida de Ginny. O enredo se passa nos anos 1950/60 e tudo remete à década, sem ser caricato, mas ao mesmo tempo fugindo um pouco da realidade. As cores, os tons, as luzes e os cenários são parte da história, quase como um personagem e refletem muito do humor da cena.

A trama, de modo geral, é simples: os dramas familiares de uma família disfuncional que vive altos e baixos, assim como uma roda gigante. Mas os diálogos, as interações, todo fundo psicológico, as expressões do rosto e todo gestual fazem a diferença quando falamos sobre Woody Allen. E mesmo Jim Belushi, conhecidamente um ator de comédia, não deixa a desejar.




Meu marido detestou Roda Gigante (até mesmo ficou olhando o G1 durante o filme, haha), mas eu gostei. Entendo que Woody Allen e seus roteiros não sejam do gosto de todo mundo, mas se geralmente você se afeiçoa aos filmes deles pode gostar desse também.

Recomendo.

Teca Machado


4 comentários:

  1. sempre gostei demais do woody allen, mas os ultimos filmes dele que vi no cinema deixaram um pouco a desejar, tanto que passei esse, vou deixar pra ver qd sair em dvd/netflix etc

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    1. Ele para mim é meio inconstante.
      Gosto ou detesto.
      Mas desse gostei.

      Beijooos

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  2. Oii Teca, tudo bem? Fiquei curiosa para assistir ao filme, achei interessante a premissa, espero gostar.
    -Beijos,Carol!
    http://entrehistoriasblog.blogspot.com.br/

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