Entrevista Com o Vampiro – Finalmente li o livro


Por mais incrível que pareça, nunca assisti ao filme Entrevista Com o Vampiro (1994). Apesar do meu interesse, nunca parei para ver. Quando li uma matéria dizendo que a produção pode ganhar um remake em breve, resolvi que era hora de ler o livro homônimo, de Anne Rice, e finalmente assistir ao filme que tem como protagonistas Brad Pitt e Tom Cruise. Nada mal.

Não dá medo, mas é suspense, por isso os olhões arregalados, haha

Entrevista Com o Vampiro, que peguei em parceria com a Livraria Janina, é o primeiro volume da série Crônicas Vampirescas. É um livro denso, magnífico e cheio de questionamentos. Se você tem em mente vampiros como Edward Cullen, esqueça. Os seres criados por Anne Rice são muito mais sombrios, matadores e menos românticos. São os vampiros na sua expressão mais clássica, sem poderem ir para a luz do dia, dormindo em caixões, se deixando levar pela sede de sangue mais do que por qualquer outra coisa e não, não brilham como purpurina. Para eles o clímax de prazer da sua imortalidade não é físico, feito com beijos ou sexo, e sim o ato de usurpar a vida dos humanos, de sentir um coração pulsando, lutando para não morrer, enquanto sugam o sangue e a sua existência terrena.

Apesar de ser assim, de ter os desejos mais viscerais, Louis de Pointe du Lac é um vampiro que recusa livrar-se das características humanas e aceitar a crueldade e a frieza que marcam os seus semelhantes. Sim, ele mata para poder se alimentar e porque dá prazer, mas não tem tanto êxtase. Nos dias atuais ele decide contar sua história para um jovem repórter (Daí o nome do livro) e narra os seus mais de 150 anos de imortalidade.

Em 1766, ainda mortal e sentindo-se culpado pela morte do irmão, Louis afunda em autocomiseração e procura a morte em todos os lados. Até que recebe a visita do vampiro Lestat, que o transforma em imortal. Louis pensava que a vida de vampiro seria muito mais leve e sem culpa, mas a sua humanidade recusou a deixa-lo e as noites longas, sempre na presença de Leslat, de quem não gosta, se tornam também um tormento.

Anne Rice
Sabendo dos desejos ainda mortais de Louis, Lestat lhe dá uma “filha”, uma criança chamada Claudia que ele transformou em vampira. Claudia é, no início, uma criança. Brinca com bonecas, tem a mente infantil de cinco anos. Mas se torna com o passar das décadas uma mulher presa num corpo de criança, uma mente com quase uma centena de anos que vive numa “casca” que não condiz com a sua realidade, com a frustração lhe deixando cada vez mais maligna e maquiavélica.

Louis é um pensador sensível, um filósofo, uma alma boa que acredita estar amaldiçoada pela eternidade. Sempre se questionando e questionando Lestat, é um vampiro que não quer muito ser um vampiro. Já Lestat é um rock star! Melhor personagem do livro, um anti-herói que tem sido reverenciado por fãs desde que a obra foi escrita. Claudia é simplesmente do mau. Sinistra é uma boa característica. Anne Rice se inspirou em sua filha que morreu de leucemia pouco antes de escrever a obra ao criar Claudia, para desse modo mantê-la, também, imortal.

Admito que por vezes a leitura de Entrevista Com o Vampiro é complicada. O vocabulário é pesado, assim como o tema. É um suspense que não dá medo. A tradução é da Clarice Lispector (Achei isso o máximo!). O que dificulta um pouco o livro é que se trata de uma conversa longa e enorme entre Louis e o repórter, que na verdade pouco fala. Mas durante a narrativa fica confuso saber se a fala do travessão é do Louis narrando no presente, se é do Louis do passado que estava tendo um diálogo ou de outro personagem que estava interagindo com ele. Mas você vai se acostumando.

Não espere um livro corrido e cheio de ação, mas algo que o fará conhecer muito mais o mundo e a mente dos vampiros.

Os volumes das Crônicas Vampirescas são:

Entrevista com o Vampiro (1976)
O Vampiro Lestat (1985)
A Rainha dos Condenados (1988)
O Ladrão de Corpos (1992)
Memnoch, o Demônio (1995)
O Vampiro Armand (outubro de 1998)
Merrick (2000)
Sangue e Ouro (2001)
A Fazenda Blackwood (2002)
Cântico de Sangue (2003)

Dizem que o filme de 1994 é muito fiel ao livro (Vou saber isso em breve). Anne Rice se envolveu bastante com a produção e esteve junto olhando o roteiro. Vi em matérias que ela não queria Tom Cruise como Lestat, mas que se surpreendeu com a atuação do ator e o seu comprometimento. No fim das contas, Tom Cruise É Lestat.

Claudia (Kirsten Dunst), Brad Pitt (Louis) e Lestat (Tom Cruise)

Recomendo.

Quer comprar? Então venha aqui na Livraria Janina.

Teca Machado

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