Joy: O Nome do Sucesso – O american way of life em potência máxima


Desde o Oscar em fevereiro estava querendo assistir Joy: O Nome do Sucesso, filme do diretor David O. Russel que levou Jennifer Lawrence à sua quarta indicação ao maior prêmio do cinema. Na semana passada finalmente vi a produção. Confesso que achei o começo estranho e cansativo, mas com o passar do tempo foi melhorando. Não foi um filme muito memorável ou que eu tenha amado, mas no fim das contas eu gostei.


O longa é baseado na história real de Joy Mangano (Jennifer Lawrence), uma inventora americana que tem em seu nome hoje milhares de patentes de produtos que facilitam a vida das pessoas, mas que, para chegar lá, passou por mais perrengues que a gente possa imaginar, principalmente por causa da sua família disfuncional e quase odiosa. 

Sendo bem sincera, eu não conheço a realidade de Joy, tudo o que sei foi pelo o filme, mas pelo que pesquisei após assistir a produção disseram que o diretor, que também foi roteirista, transforma tudo em um enredo meio lúdico, talvez até mesmo em contos de fadas (mas deixando bem claro que não é preciso de príncipe encantado hora nenhuma).



Talvez Joy: O Nome do Sucesso tenha querido pegar o público feminista, ou mesmo aquele que é solidário à causa, mas não acredito que isso tenha funcionado. Sim, Joy é uma mãe solteira que carrega o mundo nas costas, ela não precisa de homem nenhum para ser feliz, é durona, guerreira, não se deixa abalar. O ápice do Girl Power! Mas mais do que uma história sobre feminismo, como o diretor deixa claro no começo ao dizer que o filme é “inspirado em histórias de verdadeiras mulheres ousadas. Uma em particular”, Joy é a única mulher forte em todo filme. Na verdade, ela só leva pancada das outras personagens – tirando sua melhor amiga Jackie (Dascha Polanco), que pouco aparece, e sua avó Mimi (Diane Ladd), que é a narradora onisciente, que pouco tem motivo para estar lá. 

A mãe de Joy, Terry (Virginia Madsen), após o divórcio se fechou numa concha de autopiedade onde tudo o que faz da vida é assistir novelas e atrapalhar a vida de Joy, que ficou com todas as responsabilidades da família. Trudy (Isabella Rossellini) é a nova madrasta que investe dinheiro na invenção de Joy, mas que, com o passar do filme, se torna muito mais preocupada com os recursos do que com o bem-estar da enteada e de todos os outros. E então temos Peggy (Elisabeth Röhm), a meia-irmã ciumenta, invejosa e ardilosa. Ou seja: só mulheres terríveis. E aí o diretor vem me dizer que o filme é sobre mulheres ousadas? Se ele dissesse que é apenas sobre uma mulher ousada, Joy, tudo bem, mas todas as outras são péssimas. Vocês podem perceber o tamanho do meu ódio por todas elas, né?



Os homens, apesar de nenhum ser realmente par romântico de Joy, são importantes na trama. Robert De Niro é Rudy, pai da protagonista. É tão “ruim” quanto a madrasta, já que pouco se preocupa com os desejos e dificuldades da filha. Não é o melhor papel do ator, mas nunca nos decepcionamos com a sua interpretação. Bradley Cooper faz, na verdade, uma ponta, como Neil Walker, um executivo de canais de televendas. Pouco aparece, mas tem aquele brilho tresloucado nos olhos que nos mostra que ele é um excelente ator, independente do tamanho do papel. E o melhor de todos é o venezuelano Edgar Ramírez, na pele de Tony, ex-marido de Joy que funcionou muito mais como amigo e conselheiro. Ele é uma lufada de ar fresco entre todos os parentes malucos e sugadores de energia de Joy.

Jennifer Lawrence, como era de se imaginar, não decepciona. Ela pega um roteiro cheio de falhas e transforma numa ótima interpretação. Principalmente nos momentos de maiores desesperos da personagem e no desfecho, quando tudo vai por água abaixo e, numa ótima sequência ela corta os cabelos e se reinventa. Por mais que ela seja surrada, no sentido figurado, por todos os familiares e leve tudo nas costas sem falar nada, podemos ver pelo seu olhar quase assassino que Joy tem muito mais em si do que deixa demonstrar. A atriz mereceu a indicação ao Oscar, mas a escolha da vencedora como Brie Larsson, por O Quarto de Jack (comentei aqui) foi muito mais acertada.



Joy: O Nome do Sucesso é bom, mas não é ótimo. Vale a pena ser assistido como mais um filme sobre superação pessoal que mostra que sua vida pode ser uma droga, mas que é só trabalhar muito e ser criativo que tudo se resolve. Não é esse o ideal do american way of life?

Recomendo.

Teca Machado


9 comentários:

  1. eu tinha visto ele, mas nem me interessei, não curti o trailer, vou te indicar um filme bom A Onda, é um filme que se passa na noruega, sobre um tsunami, mt massinha a fotografia é maravilhosa!
    www.byanak.com.br

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  2. Heey!!

    Ainda não consegui assistir esse filme, mas está na minha lista sim! haha
    Gosto da Jennifer Lawrence, acho ela uma boa atris, mas ainda está no começo da carreira né, precisar de um pouco mais de experiência..

    Beeijoos

    www.ooutroladodaraposa.com.br

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  3. Oi Teca, tudo bem contigo ???
    Quando Joy foi lançado, eu confesso que estava morrendo de vontade de assistir. Em primeiro lugar, por conta da Jennifer Lawrence, que manda muito em seus papéis e sempre me surpreende. Em segundo lugar, pelo estilo diferente que o filme apresenta. Mas tenho que confessar que, após o passar do tempo, o filme me saiu da mente e eu perdi toda e qualquer vontade de lê-lo.
    Ao conferir seus comentários, vi que não estou perdendo muita coisa. Não que não vá assistir o filme algum dia, mas percebi que ele não iria me agradar tanto, pelo menos, assim pude perceber.
    De todo modo, gostei muito de seu texto. Ficou muito bem escrito e conseguiu passar muito bem sua opinião sobre o filme !!! ^^

    Beijinhos
    Hear the Bells

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    1. Oi, Ryoko!
      Que bom que gostou do texto.
      Eu fiquei igual a você. Primeiro muita vontade, depois quase nenhuma. Até que chegou um dia que assisti porque não tinha muito mais o que ver, haha.
      Gostei, não amei, mas foi bacana.

      Beijooos

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  4. Oi, Teca!!

    Eu gostei do filme e também fiquei com muito ódio da família dela!! Gente, todo mundo só ferra com ela!!! Hahahahahahaha
    Fica até meio cômico porque é incrível perceber o quão absurdo isso é. Ela quase não conseguiu alcançar o sucesso por conta da própria família. Fiquei chocada com isso.

    Eu terminei o filme querendo mais detalhes do que aconteceu depois para ser sincera. Acho que o fim foi muito rápido.

    De qualquer forma, a Jennifer Lawrence é um arraso mesmo e eu adoro todos os filmes que vi dela. Sério mesmo. São ótimos!!! <3

    Bjs

    http://livrosontemhojeesempre.blogspot.com.br

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    1. Caraaaaa, que família horrível!
      Eu pesquisei sobre ela depois, porque fiquei bem curiosa.
      A história dela é bacana.

      Beijooos

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  5. É aquela velha e eterna mania de homens quererem falar sobre algo que não entendem, né. Essa rivalidade toda aí entre as mulheres do filme jamais será algo relacionado ao feminismo.
    Mas enfim, o filme parece ser um bom passatempo. Dica anotada ^^
    bjin

    http://monevenzel.blogspot.com.br/

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