E-mails em @mor


Já fazia tempo que eu via o livro @mor, de Daniel Glattauer, na livraria e queria comprar. Mas sempre tinha algum outro que eu queria mais e ele era deixado de lado. Quando vi em promoção por R$ 4,90 não resisti e comprei. Estou com uma pilha de 13 livros me esperando, mas ele foi o escolhido da vez. Tinha acabado de ler duas obras densas: Garota Exemplar (Comentei aqui) e o novo livro da série do Percy Jackson (Aqui) chamado A Casa de Hades. Dois livros “uau” que eu amei, mas que apresentavam histórias pesadas e tinham quase 500 páginas. Eu precisava agora de uma leitura leve e despretensiosa, por isso escolhi @mor, com suas 180 páginas e temática romântica.


@mor é diferente do normal, pois é todo escrito em formato de e-mails. Me lembrou muito de Garoto Encontra Garota, da Meg Cabot (Ai, gente! Super amava O Diário da Princesa, haha), que toda narrativa era nesse formato de mensagens digitais.

Em @mor conhecemos Leo Leike e Emmi Rothner, que se encontram por acaso. Ele, um doutor em linguagem que acabou de sair de um relacionamento fracassado e está com o coração partido. Ela, uma mulher com um casamento feliz e uma vida familiar satisfatória. Emmi quer interromper a assinatura de uma revista e sem querer envia para o endereço eletrônico de Leo o pedido de cancelamento. Ele lhe fala que foi um engano e o assunto fica por isso mesmo. Meses depois ela envia por engano outra vez um e-mail coletivo para ele desejando feliz natal. Dessa vez Leo responde de forma irônica e começa uma troca intensa de mensagens entre os dois desconhecidos que sentem uma atração mútua pelo ser humano sem rosto que está do outro lado da tela.

Achei interessante o subtítulo de @mor: “Se você já encontrou a pessoa perfeita, por que se arriscar a conhecê-la?”. Emmi e Leo passam o livro na dúvida de marcar um encontro ou não. Será que a realidade vai acabar com o encanto entre os dois? Será que eles vão se desgostar no momento que se virem? Será que é melhor continuarem eternamente separados pela tela do computador? Por mais que Emmi seja casada, você sem querer acaba torcendo para que o casal fique junto, porque o Leo é super doce e merece encontrar uma mulher legal. Não que Emmi seja muito gente boa, mas ele é apaixonado por ela, então o leitor quer ele feliz.

O austríaco Daniel Glattauer

Como temos apenas acesso às mensagens que os personagens trocam, ficamos sabendo o que acontece pelo olhar que cada um deles tem da situação. O leitor não vê os pensamentos e nem o que acontece fora da esfera virtual, então ele se sente tão curioso sobre a vida pessoal de Emmi e Leo quanto eles próprios um sobre o outro.

Apesar de não falarem propriamente sobre a sua vida cotidiana, eles se tornam íntimos de forma rápida e simples. As palavras trocadas por eles têm força. Principalmente as de Leo, que é quase um filósofo. É quase como se os papeis estivessem invertidos: Ele é a mulher da relação e ela o homem.

Por mais que @mor seja curtinho, achei meio cansativo. Muito blá blá blá. Um disseca o e-mail do outro a ponto de parecer enrolação por parte do autor. Não há nenhum tipo de ação. Mas há partes muito divertidas, pois Emmi se mostra uma ciumenta e sarcástica de marca maior e Leo sabe responder a altura a ironia da sua companheira virtual. É engraçado quando um pega birra do outro. Parecem crianças e ficam dias sem se escreverem, principalmente a Emmi.

Não vou dar spoiler, é claro, mas o livro termina de forma abrupta e com a terrível palavra “Continua...” embaixo. O livro dois, que eu estou curiosíssima para ler já que eu PRECISO de um desfecho, chama Emmi e Leo – A Sétima Onda.

Recomendo.

Teca Machado


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