Extraordinário - Crítica do filme


Passei a exibição inteirinha de Extraordinário, do diretor Stephen Chbosky (o mesmo de As Vantagens de Ser Invisível), com os olhos marejados e um aperto na garganta. E eu sempre soube que seria assim, desde que li o livro (comentei aqui) e vi o trailer pela primeira vez. 


Extraordinário é uma história muito delicada, que precisava ser contada no cinema com a mesma sensibilidade da obra original. E, felizmente, o roteiro e a direção seguiram essa linha. E não só eles, mas o elenco estava muito entrosado e com uma química excelente. E apesar de ter lido há muito tempo e não ter o enredo tão fresco na mente, pelo que me lembrei foram bem fieis à escrita de R. J. Palacio.

Muita gente me disse que não queria assistir por se tratar de um filme de criança. Era o mesmo que eu falava antes de ler o livro. Mas Extraordinário é uma história que transcende qualquer idade. Deveria ser assistido por toda e qualquer faixa etária, porque temos ali uma lição não só de superação, como superficialmente podemos supor, mas de gentileza. Todo enredo gira em torno de ser gentil com todos, não importa quem. Não chega a ser uma história triste que vai te fazer debulhar em lágrimas, mas vai emocionar.



Em Extraordinário, Auggie Pullman (Jacob Tremblay) tem 10 anos e é um garoto que gosta de coisas normais. Mas ele não é comum. Ele tem problemas genéticos que levaram a várias deformações faciais. Mas agora ele vai pela primeira vez para a escola. Durante toda a sua vida quem o ensinou em casa foi a mãe Isabel (Julia Roberts), só que ela viu que quanto mais adiasse esse momento temido, pior seria para Auggie. Em um novo ambiente e por ser tão diferente, o garoto certamente irá sofrer bullying, mas precisa enfrentar o mundo.

O filme é uma junção de acertos. A direção tem a leveza, apesar do tema delicado, e o roteiro mostra toda beleza não só de Auggie, mas de sua família. Extraordinário não seria tão espetacular se não fosse o elenco e todo seu carisma. Jacob Tremblay, aquele garotinho adorável de O Quarto de Jack (comentei aqui), está afinadíssimo com os outros atores e com a história. Mesmo com toda maquiagem e implantes no rosto, é possível captar todos seus sentimentos, toda dor, alegria e inocência em sua voz. E a relação dele com a família é outro ponto a ser falado. Julia Roberts é sempre maravilhosa e não dá pouco de si. É sempre um deleite quando ela aparece – e dá seus sorrisos e gargalhadas. Fora que tem uma química ótima com Nate, o marido, interpretado por Owen Wilson, quem nos arranca as melhores risadas. E o elenco infantil e jovem também não fica para trás: a doçura de Izabela Vidovic, que faz o papel de Via, irmã de Auggie, que aceita o segundo lugar que tem na vida dos pais; Noah Jupe, o melhor amigo de Auggie que tem uma bondade, ainda que por vezes perdida; Bryce Gheisar, o garoto valentão que faz bullying e muitos outros.



Mesmo que não se aprofunde no tema do bullying ou mostre os problemas que ele acarreta a longo prazo, Extraordinário é uma bandeira contra ele, ainda que não politizado. Tem uma mensagem bonita e que vale para todos, independente da crença, do país e da idade. Quem é o foco nesse sentido, ainda que melhor aproveitado no livro do que no filme, é o sr. Browne (Daveed Diggs), professor das crianças do quinto ano que fala muito sobre o tema de gentileza.

Extraordinário é, em toda sua essência, um filme lindo, não só pela história e pelo elenco, mas por toda sua identidade visual. Não são paisagens incríveis ou figurinos chamativos, mas toda a luz e as cores, os cenários acolhedores, principalmente da casa da família Pullman, as escolas bonitas, a forma como mostram Nova York. Tudo isso é ponto positivo para a produção.



Extraordinário é aquele tipo de filme que deixa o seu coração quentinho e o seus olhos molhados. E seu título não poderia ser mais propício, porque ele realmente é extraordinário.

Recomendo muito.

Teca Machado

8 comentários:

  1. Oi! Estou tão ansiosa para ver, infelizmente não consegui. E realmente transcende qualquer idade. Bjos <3

    Click Literário

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    1. É aquela história linda que todo mundo devia assistir.

      Beijooos

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  2. mt legal seu post falando sobre o filme! eu sempre tive curiosidade de ler o livro, e agora com certeza tbm quero assistir o filme!

    www.tofucolorido.com.br
    www.facebook.com/blogtofucolorido

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  3. Olá Teca! Como está? Faz tempo que não comento aqui. Bom, assisti Extraordinário logo quando lançou, por que uma amiga insistiu muito e antes mesmo de ler o livro. Uma das coisas que mais me deixou encantada na produção foi a forma como mudavam os pontos de vista, mostrando o do amiguinho do Augie, o da irmã. É lindo! Fico feliz em saber que o roteiro seguiu bem o livro, que já está na minha lista para ler esse ano.

    Beijos,
    www.nerdabsoluta.blogspot.com

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    1. Oi, Sarah!
      Vale a pena demais ler esse livro.
      Não deixe de ler.
      Você vai gostar, ainda mais porque lá tem ainda mais a diferença dos pontos de vista.

      Beijooos

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  4. Oi, Teca!

    A adaptação de Extraordinário ficou mesmo maravilhosa, super fiel ao livro e emocionante. Não tem como não ficar com a garganta apertada, né? E concordo com você quanto ao filme não ter um público alvo específico, nem de longe é só para crianças, é um filme que absolutamente todo mundo deveria assistir!

    xx Carol
    http://caverna-literaria.blogspot.com.br/

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    1. Ficou lindo demaaaaaaaais!
      Nossa, eu quase chorei de emoção o dia todo.

      Beijooos

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