Muita barriga, muita música e muito doidãããããão


O que eu vou dizer agora não é novidade para ninguém, pois aposto que todo mundo já ouviu dizer que a peça Tim Maia: Vale Tudo – O Musical é sensacional. E, gente, é mesmo sensacional! É tudo o que falam e mais um pouco.




Assisti nesse final de semana em Brasília. Meu namorado me chamou para ir e comprou os ingressos. Fiquei animada, porque eu adoro teatro, e estava esperando que fosse boa, afinal, a crítica só tem falado bem. Só que não estava com as expectativas muito altas. Pensei que fosse legal e pronto. Fui surpreendida e saí de lá doida para comprar todos os CDs do Tim Maia.

Apesar de gostar das músicas do Tim Maia, nunca fui muito ligada a ele ou escutei as canções por conta própria. Ouço mesmo quando vou a festas e formaturas, que sempre tocam “A semana inteira fiquei esperando para te ver sorrindo, para te ver cantando, quando a gente ama, não pensa em dinheiro, só se quer amar, se quer amar, se quer amar...”. 

Época em que Tim Maia morava nos EUA e foi apresentado à maconha.

Tim Maia: Vale Tudo – O Musical, dirigido magistralmente por João Fonseca é baseado no livro Vale Tudo: o Som e a Fúria de Tim Maia de Nelson Motta e adaptado por ele mesmo. É a biografia de um dos cantores mais amados e polêmicos do Brasil e precursor do soul.

A peça mostra a sua infância modesta, mas feliz, na Tijuca, no Rio de Janeiro da década de 1950, sua passagem pelos Estados Unidos, onde conheceu o soul e a maconha, sua estadia em Londres, onde ficou íntimo do LSD, além dos seus relacionamentos amorosos, familiares e com a música. Eu não sabia que ele tinha seu caminho cruzado com grandes ícones, como Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Elis Regina, Jorge Ben, Edu Lobo e outros.

Na adolescência, Tim Maia cantava com Roberto Carlos.

Durante as três horas de espetáculo (Que são tão boas que parecem minutos), Tim Maia vai do anonimato, passando pelo apogeu artístico, até chegar a decadência devido ao uso exagerado de drogas e bebidas alcoólicas. Por causa delas parou de ir a shows. Como dizem na peça, era preciso comprar o ingresso e torcer para que Tim Maia aparecesse.

Olha, eu sabia que Tim Maia era muito louco, mas não sabia que ele era tão doidããããããão! E os momentos que mostram ele sob efeito de drogas são os que geram mais risada do público. Vocês sabiam que a música Chocolate é sobre ácidos, e não realmente chocolate? Eu (Ingenuamente) não sabia.

O elenco de Tim Maia: Vale Tudo – O Musical foi escolhido com maestria. Eu queria ter visto o Tiago Abravanel, que todo mundo diz ser sensacional, mas como ele está na próxima novela das 20h da Globo, não faz mais o espetáculo. Foi o seu substituto, Danilo Moura, que se apresentou. E acredito que ele não ficou devendo em nada ao antecessor. Ele é engraçado, carismático e ótimo cantor. Faz um Tim Maia quase igual ao original, sem ser caricato. Todos os atores são muito bons, mas palmas para Reiner Tenente, que faz, entre outros papéis, o de Roberto Carlos e de Nelson Motta, e para Izabella Bicalho, que faz alguns solos.

Nelson Mota (Reiner Tenente) e Tim Maia (Acho que esse é o Tiago Abravanel)

O legal é que o palco é simples e vai sendo mudado de acordo com as passagens da vida do cantor. E, tirando Danilo Moura que é o Tim Maia, os outros 11 atores fazem diversos papéis e estão em cena o tempo quase todo. 

Com músicas, é óbvio, do Tim Maia, toda a produção é extremamente bem feita. A montagem, a direção, o elenco, tudo foi pensando nos detalhes para transportar o público para dentro da vida do cantor. Um dos maiores trunfos da peça, a meu ver, é mostrar que apesar daquele visual escandaloso, boca suja e personalidade totalmente escrachada (As frases dele eram demais!), ele era um homem solitário, que ansiava desesperadamente por companhia e por amor.

Anos 1970, quando ele fazia mais sucesso.

Se você tiver a oportunidade de assistir a Vale Tudo: Tim Maia – O Musical, não perca a chance. É uma experiência ímpar que vai te deixar de boca aberta. E o mais interessante é que é uma produção totalmente brasileira. A maioria dos musicais encenados no país vem da Broadway e são traduzidos. Esse é nosso e é tão bom quanto, se não melhor!

Recomendo muito mesmo.

Teca Machado

2 comentários:

  1. Simplesmente Sensacional! Não há outra palavra.

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  2. Adorei a descrição, realmente o relato condiz com o espetáculo!
    Assisti em São Paulo, voltei com o dvd do Tim e o livro do Nelson Motta Vale Tudo, rsrs...e também com a trilha sonora de suas músicas para minha vida!
    Ótima Indicação Teca...adorei também seu Blog! Sucessooo!!!
    Beijos, Wella.

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