Minha Vida Daria Um Filme: Família disfuncional, protagonista falha e carisma de sobra


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Kristen Wiig é de uma nova leva de humoristas mulheres dos Estados Unidos que interpreta personagens disfuncionais, sarcásticas, malucas e simpáticas aos olhos do público que passam por momentos difíceis, como perda de emprego, de namorado, de amiga, de vida. Seus filmes tem um quê de comédia dramática (Ou seria drama cômico?). No longa Minha Vida Dava Um Filme tive a impressão de que a protagonista era a mesma de Missão Madrinha de Casamento, também com a atriz (Comentei aqui). Não estou reclamando, porque Kristen Wiig é excelente, sem medo de mostrar o seu pior e o pior da sua personagem. 


Em Minha Vida Dava Um Filme, Imogene (Wiig com um dos piores nomes da história do cinema) tem uma vida até bem satisfatória. Mora com o namorado em Manhattan, tem amigas ricas e bem sucedidas, vai a eventos de gala e trabalha numa revista. É verdade que queria mesmo ser escritora (Quem não quer?) e até conseguiu por um tempo, mas a sua carreira de meteórica ascensão também teve uma queda meteórica. 

Imogene em um dos momentos mais baixos da vida

Quando o namorado termina com ela e todo o resto da sua vida também desanda, Imogene acha que a melhor maneira de reatar o namoro é com uma falsa tentativa de suicídio. Ela não consegue a atenção do ex, mas consegue a da mãe Zelda (Annette Bening), com quem não falava há anos. Imogene se vê obrigada então a voltar a morar com a surtada mãe na terrível Nova Jersey (O que as pessoas que moram em Manhattan tem tanto contra o lugar?). Na casa também estão o seu irmão Ralph (Christopher Fitzgerald), que precisa de atenção especial,  Lee (Darren Sexy Criss), um qualquer que aluga um quarto, e George Bouche (Matt Dillon), o namorado novinho de Zelda que se diz agente da CIA. Ou seja: é o inferno pessoal de Imogene.

Lee, o avulso da casa

Enquanto tenta recuperar a sua antiga vida, Imogene vai percebendo que às vezes as melhores coisas não estão apenas na grande glamourosa Nova York. E que família, por mais disfuncional e maluca que seja, pode trazer a maior felicidade do mundo (Pausa para enxugar as minhas lágrimas causadas devido à frase cafona, porém verdadeira).

Zelda, a mãe muito doida

Minha Vida Daria Um Filme foi dirigido por Shari Springer Berman e Robert Pulcini em 2012, mas só foi lançando em novembro de 2013. Não é um blockbuster, não é permeado por uma trilha sonora cheia de artistas e não tem efeitos especiais maravilhosos e caros. Mas isso não tem problema, porque a história e as atuações dão conta do recado. E o figurino também. No início Imogene é toda it girl, depois em Nova Jersey usa roupas dos anos 1980 e 1990, como coletes jeans e vestidos parecendo de lambada.

Não dá de ver, mas o vestido é de lambada, haha

A produção é divertida e alterna momentos de risada de situações absurdas (Como os sonhos de Imogene quando toma um sonífero em seu falso suicídio) com minutos dramáticos que te fazem ficar com dó dos personagens. Todo elenco é excelente, mas Kristen Wiig e Annette Bening dão um show a parte como filha problemática e mãe mais ainda.

Mãe e filha até se parecem

O título é ruim, eu sei, mas é mais uma vez culpa da tradução feita porcamente. No original é Girl Most Likely (Algo como A Garota Mais Provável). Uma das coisas que eu achei mais interessantes no filme é que a roteirista Michelle Morgan se baseou em sua viva para escrever o enredo. Entrou para o time de roteiristas sinceros e sem medo de julgamentos que colocam seus mocinhos falhos em situações completamente embaraçosas e desesperadoras. E mesmo com todos os defeitos, o público acaba amando esses anti-heróis tão simpáticos e humanos, como Imogene.

Recomendo.

Teca Machado

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