Os Corleones da Renascença: The Borgias


“A família criminosa original”. É isso o que diz o poster da série The Borgias. Há algumas semanas meu pai ficou órfão de uma série do Netflix que ele assistia, os Vikings. Quando me pediu dica de uma outra para ele se viciar, pensei nessa e indiquei por ter lido muitas críticas positivas, mesmo nunca tendo visto nenhum episódio. Ele adorou. E eu também.


The Borgias é dos produtores de The Tudors e tem a mesma pegada histórica real. Pelo que li por aí, mudando um fato ou outro, é bem fiel a realidade. Nela vemos o caminho da família Bórgia, que em 1492 foi ao poder quando o patriarca Rodrigo Bórgia (Jeremy Irons) alcançou o mais alto cargo do mundo da época: o papado. Ele foi o Papa Alexandre VI, cujo governo foi marcado por todo tipo de corrupção e crimes, como assassinatos, mortes por envenenamento, simonia (Palavra nova para o nosso vocabulário: Venda e compra de favores divinos), estupro, incesto e, é claro, o preferido deles, adultério. Não passa nenhum episódio sem, no mínimo, uma morte. Bem violenta ou cruel, de preferência.

Podem perceber que os Bórgias foram super bonzinhos, né? #SóQueNão Comparações internet afora dizem que eles foram os precursores dos Corleones, de O Poderoso Chefão.

Rodrigo Bórgia, mais conhecido como Papa Alexandre VI

No primeiro episódio conhecemos Rodrigo, sua amante e seus quatro filhos (Sim, naquela época, os sacerdotes tinham famílias bastardas, todo mundo sabia disso e nem ao menos se importava. Seus filhos passeavam alegremente por todo Vaticano chamando ele de pai o tempo todo). O Papa que estava em exercício morre e Rodrigo coloca Césare (François Arnaud), seu rebento que é cardeal, e Juan (David Oakes), seu outro filho, para começarem a compra de votos para que ele ocupe o cargo do falecido. A partir daí, vemos como foi o seu governo, que foi tudo, menos espiritual.

O Papa, os quatro filhos, a amante-esposa e a amante-oficial. Uma família muito funcional!

São muitos os pontos positivos da série, mas um dos maiores trunfos dela são os atores. Jeremy Irons está mais do que excelente no papel do Papa (Posso dar um Oscar para ele?). Ele combina muito com personagens históricos. Acho que vou começar a achar estranho ver o ator com roupas normais e atuais, haha. François Arnaud não fica longe. Seu personagem é difícil, um religioso nada celibatário, apaixonado pela irmã e que adora matar todo mundo (Ele, inclusive, tem o que eu carinhosamente chamo de Personal Killer, para não precisar sujar as mãos de sangue o tempo todo). Outra que chama a atenção é Holliday Grainger, no papel de Lucrécia Bórgia, filha do Papa. Ela tem os olhos e a voz mais doces da série, mas não se deixe enganar, por baixo de toda a sutileza, tem sangue Bórgia pulsando.

Lucrécia

O figurino de The Borgias é maravilhoso, tanto que ganhou o Emmy no ano passado. O tempo todo parece que o público está assistindo a um quadro de Boticelli que criou vida, tão detalhado, luxuoso e de acordo com a Renascença. O trabalho de produção é impecável e isso também é visto nos cenários em locações na Hungria. Lindo é pouco para descrever todo o visual da série.

Com três temporadas, ela acabou de ser cancelada. Não por falta de ibope, pelo que eu pesquisei, mas por ser baseada em fatos históricos. Não dá de esticar muito sem se perder nos acontecimentos reais. Além disso, o diretor Neil Jordan a pensou desde o início como um programa com três ou quatro temporadas, no máximo.

Posse do Papa. Reparem nos detalhes e no primor dos figurinos (Peraí, eu disse mesmo primor?)

Eu acabei de terminar a segunda temporada (O Netflix só tem até essa, droga). E, olha, vou falar para vocês, fiquei com o queixo caído com os último acontecimentos. Preciso urgente continuar com a terceira.

Recomendo muito, ainda mais se você gosta de história e do período da Renascença.

Teca Machado

2 comentários:

  1. Oi Teca, Tudo bem? Eu li seu livro I Love New York a pouco tempo, no mês passado, gostei muito e fiz uma resenha lá no blog. Tudo de bom pra você e super beijo.

    http://temmaislivros.blogspot.com.br/2014/07/i-love-new-york-por-teca-machado_5099.html

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Viviane!
      Muito obrigada pela resenha!
      Gostei bastante.
      A parte que eles se conhecem na Times Square também é uma das minhas preferidas, haha.
      Sucesso com o seu blog novo!

      Beijo!

      Excluir

Tecnologia do Blogger.