J. K. Rowling, volta para Hogwarts, por favor!



Tem gente que me fala que sou boazinha demais aqui no blog, que falo bem de todo livro, de todo filme, de todo mundo. Acontece que gosto de postar o que me agrada. Só que dessa vez não teve jeito. Eu não posso deixar as pessoas se aventurarem num livro de 500 páginas sem antes dizer que ele é um saco e muito cansativo. Morte Súbita, o novo livro de J. K. Rowling, autora de Harry Potter, é muito, mas muito chato. 



Na primeira vez que vi Morte Súbita, achei a capa chamativa, o título forte e a história pareceu ser interessante, afinal, é J. K. Rowling, né? A mulher que mais vendeu livros no mundo e a “mãe” do Harry Potter, meu companheiro de adolescência. O início foi meio emocionante, uma morte súbita logo nas duas primeiras páginas, mas, depois disso, toda a emoção do livro praticamente morreu. É sério, gente, já estava lá pela página 200 e basicamente continuava tudo na mesma coisa da página três, quando o homem morre. A única emoção é o susto que você leva no começo ao perceber a quantidade de vezes que ela escreve palavrões e fala sobre masturbação e coisas do gênero. Você definitivamente não espera isso da mesma pessoa que escreveu o livro infanto-juvenil mais famoso do planeta com passagens como “’O que você achou do beijo?’, perguntou Ronnie. ‘Úmido’, respondeu Harry”. 

Morte Súbita é o seguinte: Pagford, distrito da cidade de Yarvil, na Inglaterra, é um lugar lindo, feliz, pacato, orgulhoso de ser tão gracinha e longe de toda a miséria do resto do mundo. Quando Barry Fairbrother, um dos conselheiros municipais, morre de repente e deixa o seu cargo vago, vira um fuzuê para a eleição do novo político. O conselho se divide em duas facções: Um dos que desejam ardentemente que Fields, um bairro extremamente pobre, cheio de drogados e vagabundos, que fica entre Pagford e Yarvil, seja da competência e de dentro dos limites de Yarvil, e o outro dos que desejam que ele continue sendo de Pagford. 

A mulher mais rica da Inglaterra, depois da rainha

Os contra Fields acham que aquele lugar mancha o nome da sua comunidade e os pró-Fields acreditam que Pagford e suas excelentes instituições de ensino sejam uma ótima influência para as pessoas daquele bairro. Todos lutam ardentemente por aquilo e há brigas homéricas nesse sentido. 

Posso dizer que o livro mostra o (Chato) dia a dia de pessoas de uma cidadezinha no interior da Inglaterra. Eles indo para a escola, para o trabalho, fofocando, sendo demitidos, sendo contratados, camuflando segredos e preconceitos provincianos, tendo problemas no casamento e no relacionamento entre pais e filhos, sofrendo de paixonites adolescentes e tudo o mais que acontece no cotidiano de toda pessoa do universo.

O tema é levemente interessante, pois é meio político, econômico e adulto. Mas as pessoas do livro são tão bitoladas, tão só a favor e só contra que você fica com raiva dos dois lados. Fica tudo muito caricato, principalmente quando a ala drogada e pobre da obra fala e pensa. Os erros gramaticais e as ideias são bem artificiais. 

Melhor voltar para o mundo mágico de Hogwarts...

No início é muito difícil se situar em Morte Súbita porque são trocentos personagens. 19 adultos e 11 filhos (Praticamente todos com 16 anos), fora os que aparecem só de vez em quando. Toda hora eu parava e pensava “Quem é esse aí mesmo?”. Para facilitar a vida do leitor. J. K. Rowling dividiu essas pessoas em oito núcleos familiares e foca em um adulto e um adolescente em cada capítulo ou parágrafo. O legal é que mostra as pessoas como são na vida real, com ninguém sendo totalmente bom e ninguém sendo totalmente ruim. Somos uma mistura desses dois lados.

A autora definiu Morte Súbita como seu primeiro romance adulto e disse que é uma “tragédia cômica com humor negro”. Olha, tragédia eu entendo, humor negro talvez. Mas cômico? Não ri nenhuma vez. Além disso, ela afirmou que “é como Harry Potter, mas contemporâneo”. Na verdade, acho que a única semelhança com a história do bruxo é que se passa na Inglaterra e o nome dela na capa.

Não recomendo.

Teca Machado

P.S.: Ganhei o livro de aniversário da minha amiga Larissa Cavalcante e me senti culpada falando mal dele, haha. Perdão, Larissa! Sei que as suas intenções foram as melhores, ainda mais porque eu queria muito ler. ;*

6 comentários:

  1. Você já leu o livro Desaforismos de Georges Najjar Jr ?
    Procure na internet. É sensacional!

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  2. Nem me falaaaa!!! Ta difícil terminar de ler =// Tb não estou gostando não =////

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  3. Eu ameeeeeei! Achei um saco no começo. Tive até que fazer uma lista com o nome dos personagens pra saber quem era quem e a relação entre eles. Mas depois ficou lindo! Eu não achei caricato nem que os personagens eram bitolados: achei a descrição perfeita das cidades pequenas em que todo mundo vive de aparências e no fundo só há podridão. Eu amei mesmo! Que triste que você não gostou! Mas concordo que, pra ler tudo, tem que ter muiiiiiita força de vontade! hahaah


    beijos, Tequinha! ;***

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    1. Issy, pesquisando sobre o assunto, vi que as reações são essas: Ou amor ou ódio. Não teve meio termo do tipo "Ah, até gostei...".
      Mas que bom que você gostou e que bom que eu não fui a única perdida com o nome dos personagens, haha.
      O que você disse sobre cidades pequenas, vidas de aparências e podridão no fundo é bem verdade. Isso ela caracterizou bem. Mas o que eu mais gostei foi o fato de que mesmo as piores pessoas ali tinham características boas e vice e versa, como na vida real.
      ;**

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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