Estilhaça-me – Mais uma distopia sensacional


Demorei um pouco para engrenar na leitura de Estilhaça-me, da Tahereh Mafi, mas, quando me empolguei, MINHA NOSSA! Não foi nem tanto pela história, e sim mais pelo estilo da narrativa que causa estranhamento no começo. Em primeira pessoa, no início a personagem estava num momento muito complicado e solitário e seus pensamentos eram riscados, como forma de censura a si própria, confusos, meio soltos e cheios de metáforas meio absurdas. na medida em que ela foi se libertando das suas amarras, tanto físicas quanto psicológicas, o texto foi ficando mais claro e menos rabiscado. Por mais que no início tenha lutado contra as páginas, achei uma sacada de gênio da autora e simplesmente me apaixonei.


Primeiro livro de uma trilogia (O segundo é Liberta-me e o terceiro Incendeia-me, lançado recentemente), Estilhaça-me nos apresenta a Juliette Ferrars, uma garota de 17 anos que está há 264 dias sem contato com qualquer pessoa do mundo. Trancafiada numa espécie de hospício-prisão, ela foi deixada ali por ser considerada uma ameaça. Ninguém sabe o porquê, mas o toque de Juliette é mortal, tornando-a extremamente perigosa. Todas as vezes em que encosta em alguém, ela suga a vida da pessoa.

O mundo em si não está em condições muito melhores do que Juliette. A atmosfera está destruída, o clima enlouquecido, os animais e a comida escassos e doenças e pobreza se proliferam. Para tentar melhorar a situação do planeta, um grupo chamado O Restabelecimento foi criado e governa com mãos de ferro a sociedade.

E o Restabelecimento quer Juliette, que usá-la como arma. Warner, um dos chefes da organização, tem uma obsessão por ela e por seus poderes, fazendo de tudo para convencê-la de que pode e deve se vingar do mundo e de todos que sempre a trataram como aberração. Mas isso não está nos planos de Juliette e nem de Adam, soldado designado para cuidar dela.

Estilhaça-me é uma distopia surpreendente. O tema é diferente e o leitor nunca sabe em quem confiar, quem é leal a Juliette. O amadurecimento e o crescimento da personagem são visíveis. Ela é uma pessoa boa, mas não a ponto de ser ingênua ou enjoativa, do tipo que morre por todo mundo e fica de chororô quando tudo vai mal. Adam é um gostoso lindão. Ganhou meu coração na primeira página. Meu lado piriguete literária entrou em polvorosa, haha. Faz de tudo pelos outros e pelo que acredita ser certo. Um homem dos sonhos, basicamente.

Falando dos personagens, tem também Warner, que é um paradoxo ambulante. Psicopata charmoso, lucidamente insano, esses são os melhores modos de descrevê-lo. Apesar de vilão, a gente até se apaixona por ele. Olha que coisa louca! E amei o Kenji, uma espécie de alívio cômico e inconveniente que acredito que deve crescer nos próximos livros.

Como toda distopia, Estilhaça-me tem crítica à sociedade e nesse caso ela é bem clara, falando sobre os exageros e desperdícios dos nossos recursos naturais. Mas nem tudo é política e ela tem romance, na medida certa. Não é o foco principal da história e também não é plano de fundo, vai acontecendo junto.

Só posso dizer que estou enlouquecida para ler a continuação. Sorte que todos os livros da série já foram lançados.

Recomendo um montão.

Teca Machado

P.S.: Obrigada pela dica maravilhosa, Dudi! ;*

3 comentários:

  1. Teca!
    De nada, sempre que precisar de dicas de distopias estou aqui! kkkk
    Cara, o Kenji é só risadas, não tem como não gostar dele! Eu me apaixonei totalmente pelo Adam, mas no segundo livro o Warner conquistou meu coração (meu lado piriguete literária ficou dividido) e no terceiro tudo o que ele já fez passa a fazer total sentido o.O
    precisamos nos ver para que eu possa te emprestar os próximos livros ><
    adorei sua resenha :3

    bjinhus :*

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  2. ótima resenha! Tinha minhas dúvidas quanto a esse livro, mas agora quero demaisss ler!

    Beijos
    Nati

    www.meninadelivro.com.br

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