Ainda há amor no mundo


E quando você acha que o mundo não tem mais jeito, que o amor morreu, que príncipes encantados não existem mais, algo acontece e te faz acreditar que a humanidade não está morta por dentro. Sim, ainda existem homens de verdade que gostam de surpreender uma mulher. Ah, como eu amo que saber que tem gente assim, que acredita nas fofurinhas e coisas cuti cutis.

Meus amigos homens e namorados das minhas amigas têm surpreendido. A maioria deles têm feito pedidos de casamento épicos. Acho que isso voltou à moda. Enfim, mas o que eu vi ontem foi um dos mais inusitados e fofos: A Daya Nascimento (Que escreveu sobre The Walking Dead aqui) recebeu um pedido de casamento em um artigo num jornal. Pois é, e como os dois são jornalistas, foi a coisa mais romântica do mundo.


Vou colocar aqui o texto na íntegra:

Todos os outros dias

Em 2011 o Brasil registrou um recorde de 351.153 divórcios, um número 45,6% maior do que o de 2010 (243.224). Segundo a informações do Registro Civil, que acompanha o dado desde 1984, a proporção vem aumentando constantemente. 

Apesar disso. Eu vou me casar (esse ano, diga-se de passagem). Quando falo isso em voz alta em um ambiente, a história ganha forma e sai do quadro. Em 90% dos comentários o mesmo argumento é repetido: “Não está bom do jeito que está?”, “Como vocês vão pagar?, “Quem vão convidar?”, “Quanto vocês vão gastar?”... 

Acabamos entrando na pilha e achando que apenas isso importa. Raramente alguém me pergunta se estou feliz com a decisão ou coisas do tipo. No final tudo se resume ao espetáculo. A sociedade reduziu a vida humana à aparência. As experiências passaram a ser moldadas pelos espetáculos da cultura e da mídia deixamos de ser sujeitos da nossa própria história. Ou como diria Guy Debord: “O espetáculo apresenta-se como uma enorme positividade indiscutível e inacessível. Ele nada mais diz senão que “o que aparece é bom, o que é bom aparece”. (Debord,1997,p.16-17). 

A indústria transformou tudo o que podia em negócio e com os relacionamentos foi o mesmo. Datas foram criadas, comemorações foram inventadas e a essência do que realmente importa simplesmente se perdeu. Afinal, por que as pessoas decidem viver juntas para sempre? 

Não sabemos mais. Não vale mais a pena. O que outrora era motivo de comemoração virou apenas mais status social. Festa, vestido, alianças, presentes, padrinhos, comida e por aí diante. E o que vale é quanto custa! É assim que aprendemos a quantificar tudo. 

Olhando assim fica fácil entender o número de divórcios. Os mega eventos são tão mais importantes que os dias normais que quando chega no dia-a-da, a monotonia da relação parece extinguir com o amor dos casais. 

A minha pesquisa sobre o assunto continuou. Descobri que apesar do número vertiginoso de separações o volume de oficializações ainda é três vezes superior. Mas, por que? 

Uma grande amiga me disse certa vez que em qualquer relação há três tipos de momentos inesquecíveis. Os que são bons demais e por isso guardamos com carinho. Os que são ruins ao extremo e não conseguimos esquecer e todos os outros dias. Fiquei surpreso quando ela olhou para mim e disse: “O que sempre faz o amor acabar são todos os outros dias”. 

Bem, nesse mesmo dia descobri que vou ter momentos ótimos e péssimos momentos com a minha nega. Mas, entendi que o que eu mais quero é passar todos os outros dias com ela. Pensando nisso volto a importância da essência e vejo que esqueci algo importante. O pedido. 

Então lá vai: “Nega (Day), quer casar comigo?” 


GUSTAVO NASCIMENTO é repórter 



O feliz casal Daya e Gustavo

Link do jornal aqui e link da reportagem sobre eles no G1 aqui.

Não é para morrer de amores?

Um parabéns para o casal que eu tanto gosto!

Teca Machado

P.S.: Fica a dica, Caio Moraes, haha!

2 comentários:

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