Brilhantemente chato – Livro Um Mundo Brilhante


A premissa do livro Um Mundo Brilhante, de T. Greenwood, é interessante e chama a atenção. Ben Bailey, um professor universitário adjunto de dia e barman de noite, encontra na manhã pós Halloween um garoto nativo americano (índio) morto na neve em frente a sua casa. Após procurar ajuda, chamar a ambulância e conhecer Shadi, a irmã mais velha do rapaz, Ben sente-se na obrigação de desvendar esse crime, pois a polícia tratou como mais um caso de índio bêbado que morreu de frio. Sendo assim, ele passa a dar uma de detetive e vai descobrindo aos poucos que essa morte tinha muito mais do que aparentava. 


Um Mundo Brilhante parece um livro policial de suspense e mistério, mas não é. É bem chatinho e o caso do assassinato fica mais de fundo da história do que de foco. Eu, sinceramente, me decepcionei. Lutei para terminar as mais de 300 páginas.

O livro foca demais em Ben, afinal, ele é o narrador. Mas o personagem é um bundão, na falta de uma palavra mais delicada. Insatisfeito, frustrado e sem coragem para ser um homem de verdade, ele vai levando a vida e ficando cada vez mais infeliz. Além disso, leva consigo um trauma de uma tragédia da sua infância que parece que nunca vai ser curado. E o problema disso tudo é que vai arrastando para a sua infelicidade Sara, sua noiva com quem não tem intenção nenhuma de casar. 

A Sara é outra que eu queria muito falar mal! Mandona, egoísta e manipuladora. Uma típica filhinha de papai e mamãe que sempre teve tudo o que quis, inclusive Ben, a quem ela trata como um objeto ou, na melhor da hipóteses, um animal de estimação.

Ben e Sara, além de autodestrutivos, vão destruindo um ao outro com o passar do livro. O porquê de eles ainda estarem juntos é um mistério, pois a faísca que existia entre eles há muito se extingui. Devia ser simples comodidade ou aquela teimosia de “eu não quero fracassar, fico aqui nem que seja a pior coisa do mundo”. Ben fala a todo o momento que ele era a maior decepção da vida da noiva e que ele destruiu a felicidade que Sara tinha antes de conhecê-lo, pois ela era uma das pessoas mais alegres e positivas que ele já tinha visto. Olha, difícil imaginar isso com o humor insuportável dela.

Essa é a autora T. Greenwood

Shadi, por quem obviamente Ben se apaixona, é completamente diferente de Sara. Calma, serena e com um humor leve, a garota é tudo o que Ben acreditava querer da vida. Mas mais do que amor, a atração que um sentia pelo outro vinha do fato de que compartilhar tristezas e cicatrizes é muito mais profundo. 

Um Mundo Brilhante mal fala sobre a resolução do crime, foca demais na indecisão de Ben. Sabem aquele vídeo do teatro dos Melhores do Mundo do Hermanoteu na Terra de Godah (Aqui)? O hebreu olha o mar aberto e fica “Vou, não vou, vou, não vou. O mar fechou e eu fiquei”. É bem isso que acontece com o Ben. Ele é tão indeciso, inativo e molóide que não se movimenta. Olha o que acontece e fica com tanta preguiça de ir para frente que aceita as consequências de continuar estático. Pior que eu conheço muitos homens assim...

Vi na internet muita gente falando bem do livro, que é introspectivo, que foca nos sentimentos, que é profundo e blá, blá, blá. Sinceramente, isso é papo de quem quer parecer intelectual.

Mas não posso dizer que o livro é fantasioso. Ele é bem cru, real, principalmente o final. Eu tive a sensação de sair do nada para o lugar nenhum, mas é o que acontece com muita gente, então, é a vida, né?

Mas uma coisa eu falo bem de Um Mundo Brilhante: A capa. Gente, ela é toda brilhante, cheia de purpurina cintilante. É claro que eu ia amar algo assim, né?

Desculpem, mas dessa vez eu não recomendo.

Teca Machado

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